As duas primeiras barreiras de Novak Djokovic colocaram-no à prova e só com trabalhos redobrados empreendidos é que conseguiu fazer jus ao favoritismo, mas o ritmo do sérvio tem-se acentuado à medida que o torneio avança. Este domingo, o campeão em título do Australian Open roçou a perfeição ao despachar o francês Adrian Mannarino (19.º) por 6-0, 6-0 e 6-4 a caminho dos quartos de final.
Em conferência de imprensa após ter anotado a vitória mais folgada da semana, o sérvio de 36 anos admitiu que se sentiu intimidado pela possibilidade de encerrar a disputa sem conceder qualquer jogo ao adversário: “Não tive muitas vezes situações como a de hoje ao longo da minha carreira. A pressão era grande no terceiro set, o público queria que ele ganhasse algum jogo. Percebo que tenha sido duro para ele, mas também foi para mim ao tentar não pensar um triplo 6-0. De qualquer forma, acho que joguei muito bem, procurei não falhar a partir da linha de fundo.”
Em crescendo em Melbourne Park depois de nas duas primeiras rondas ter perdido mais sets do que em toda a edição de 2023, Djokovic relembra que não é a primeira vez que tal acontece nos Grand Slams, elevando o nível à medida que o grau de dificuldade aumenta: “É evidente que os meus últimos dois encontros foram melhores que os primeiros, não é a primeira vez que começo mais lento e vou subindo de nível. Hoje foi o melhor dia no que toca ao meu nível de ténis, senti-me muito bem. Mas agora o ritmo sobe com adversários cada vez mais duros, não há nenhum encontro fácil.”
Questionado sobre o futuro, o jogador de Belgrado admite que não pensa ainda terminar a carreira, embora lhe seja doloroso sempre que abandona a família para viajar para algum torneio: “Amo o ténis, adoro competir e vou sempre com muita energia para cada treino. Mas estar separado da minha família dói-me cada vez mais, por isso vou tentando adaptar o meu calendário. Acho que tenho o direito de eleger os torneios que queira jogar e claro que os Grand Slams são a prioridade. “
Ainda assim, declara que enquanto se mantiver inscrito na elite do circuito as atenções só se centrarão em conquistar mais recordes: “Sou o número um mundial e continuo no topo, não penso deixar o ténis enquanto estiver nesta posição. Quero seguir em frente, só quando sentir que já não sou capaz de competir no nível máximo e deixar de ser candidato a ganhar Grand Slams é que vou pensar retirar-me. Mas já não sou um adolescente, sou pai e marido, e há muitas coisas na minha vida que requerem a minha atenção.”
A competir pela 19.ª ocasião no Australian Open, só por cinco vezes Novak Djokovic não alcançou os quartos de final. O registo de presenças de Roger Federer (58) neste patamar de torneios do Grand Slam está igualado pelo jogador dos Balcãs, que tem na próxima terça-feira duelo marcado com Taylor Fritz, que se encarregou de bater Stefanos Tsitsipas.