OEIRAS – Os números são de assinalar e por isso podemos repeti-los. Gastão Elias está numa série de 22 triunfos no Complexo de Ténis do Jamor nos últimos 23 encontros – o único dissabor foi a derrota na final do primeiro Indoor Oeiras Open -, um registo iniciado desde que um certo Carlos Alcaraz o superou em maio de 2021. Desde então somou três títulos Oeiras Open, entre 2021 e 2022, e iniciou a nova época já com sete triunfos. Não há exatamente uma receita para o sucesso, mas há muito conforto por competir em casa.
“Quero aproveitar todos os [torneios] que estiverem aqui. Infelizmente, durante muitos anos da minha carreira não tive oportunidade de jogar em Portugal. Nestes últimos anos temos estas oportunidades todas e há que estar realmente grato”, sublinhou o atual número cinco nacional na conferência de imprensa de rescaldo ao êxito nos quartos de final do Indoor Oeiras Open II. E continou: “Talvez os mais jovens não dêem muito valor a isto, mas é muito fora do normal o que está a acontecer no nosso país, que tem tantos torneios a este nível. Há que aproveitar ao máximo e dou-me bem a jogar em casa. Portanto, quantos mais houver, melhor”.
A “casa” foi dita de forma geral, mas obviamente que os números, outra vez os números, provam que o Jamor é diferente dos outros locais para o tenista da Lourinhã. O sucesso desta quinta-feira frente ao francês Valentin Royer é mais um para realçar, ainda que Elias não tenha ficado plenamente satisfeito, nem mesmo ao ter ganho em parciais diretos. “Podia ter sido mais tranquilo. Podia ter aproveitado ali um momento ou outro que passei para a frente do marcador e ter aproveitado para pisa a fundo o acelerador e facilitar as coisas. Infelizmente relaxei um pouco em certos momentos e permiti que o meu adversário voltasse ao jogo. Correu tudo bem, mas podia ter sido perigoso quando baixei a intensidade”.
No entanto, baixar a intensidade acabou por ser algo esperado depois de “tantos dias de competição”. “Felizmente consegui que não tomasse caminhos piores. De modo geral ficou tudo bem”.
Em 2023, foi preciso esperar até março para surgir o sétimo triunfo, que em 2024 surgiu ao 11.º dia do ano. Algo que deixa Gastão Elias “um pouco surpreendido”, mas não assim tanto. “Sei que em qualquer Challenger tenho a capacidade e qualidade para lutar pelo título”.
Segue-se uma recuperação do corpo para o embate face ao suíço Leandro Riedi, oitavo cabeça de série. “Tem um grande serviço, direitas grandes e esquerdas com força. É um jogador jovem, com muito talento e vai ser complicado. Vou jogar com aquilo que tenho, com as minhas armas, com o nosso público que espero que apareça amanhã, apesar de ser dia de semana. Espero ter um pouco de vantagem por jogar em casa”.