OEIRAS – Os tenistas profissionais lidam todas as semanas com a derrota e foi isso que Gastão Elias precisou de fazer. Neste caso, um dissabor mais difícil de digerir por se tratar de uma final, mas dois dias depois da decisão do Indoor Oeiras Open, o português de 33 anos regressou à competição com um triunfo convincente e motivado para prolongar também a segunda semana.
A vitória foi uma repetição da celebração da quinta-feira passada frente ao turco Cem Ilkel. “Ele entrou muito mais sólido, mas sinceramente estava mais preocupado comigo. Felizmente já passei por várias situações parecidas a esta, de jogar uma final num domingo e depois ter outro torneio logo na semana seguinte. Sei que às vezes há tendência para relaxar depois de uma semana com muita tensão e sabia que podia ir um pouco mais abaixo. Esse era o meu foco principal, tentar manter a energia o mais alto possível, tentar não ter lapsos de concentração e ser o mais consistente possível”.
A missão foi concluída com sucesso e as vantagens na infância de ambos os parciais deixaram o antigo 57.º ATP “tranquilo para depois conseguir jogar mais relaxado”. E a confiança adquirida pela recente série de triunfos permitiu amealhar boa parte dos pontos-chave do embate, muito também devido a “um dos melhores dias no capítulo do serviço” desta quinzena no Jamor.
“Motivado e com bastante energia”, Elias sabe que o maior obstáculo neste torneio será “aguentar a competição todos os dias”. “Na parte física sinto-me bastante bem, sinto-me forte e capaz de jogar todos os dias. Mas a cabeça às vezes manda no corpo. Estas semanas consecutivas de torneios e de jogos fazem com que, mentalmente, possas ir abaixo um dia ou outro e isso pode ser fatal“.
Superada a primeira ronda, a maior preocupação do atual número cinco nacional, segue-se Ethan Quinn, responsável pela eliminação de João Domingues, amigo e parceiro de pares de Elias. Campeão atual da NCCA (college norte-americano), o jovem de 19 anos também integrou a pré-época especial do português na Flórida, ainda que sem treinarem diretamente.
“Dos 25 dias que treinei, acho que 20 ele treinou ao meu lado. Conheço-o bem. Aliás, ele foi a pessoa com quem o Tommy Paul mais treinou. Vi-os treinar ao meu lado. Portanto, também teve uma pré-época de luxo. E acredito que, por conta disso, venha motivadíssimo. Apesar da semana passada não ter corrido bem, esta primeira vitória é importante e pode catapultá-lo e dar confiança. Sei que é perigosíssimo”.