Djokovic aborda a despedida do circuito: “Não quero perder demasiados momentos com os meus filhos”

Novak Djokovic já aterrou em Melbourne depois da participação na United Cup ao serviço do escudo sérvio e já se contam pelos dedos de uma mão os dias para o arranque do percurso de defesa do título conquistado na anterior edição do Australian Open. O número um mundial está de olhos centrados num 25.º título do Grand Slam sem precedentes, mas confessou em entrevista que nesta fase da vida as prioridades começam a ser outras.

Numa conversa com Jim Courier para o portal Sport Klub, o natural de Belgrado começou por admitir que a performance de 2023 nos grandes palcos superou as expetativas: “Os meus objetivos são sempre muito altos, mas aos 36 anos não sei se realmente esperava ganhar três dos quatro Grand Slams e jogar a final de outro.” Com outro Major à espreita, sente-se munido das armas necessárias para conquistar o 11.º troféu nos antípodas: “Sinto-me preparado, é um torneio em que penso sempre que preparo o meu calendário, sobretudo depois de um ano incrível que começou, como quase sempre, na Austrália.”

Ainda que mantenha uma postura hegemónica nas grandes provas e tenha reconquistado a primeira posição da tabela, Djokovic relembra que os laços familiares são mais importantes do que a competição, apesar de continuar com a ‘fome’ por mais recordes: “Estou dividido, há sempre uma parte de mim que é o rapaz jovem que adora jogar ténis e que dá toda a sua vida por isto. Esse rapaz ainda quer continuar a competir. Mas por outro lado, tenho dois filhos e estou longe da minha família, cada vez que viajo para longe parte-se-me o coração. Penso muitas vezes sobre até quando deva jogar, quantos torneios faltam e se vale a pena.”

Destacado primeiro favorito a um novo título em Melbourne Park, Novak Djokovic quer repetir a fórmula de janeiro passado para iniciar a temporada novamente da melhor forma possível, mas depois disso o calendário mantêm-se uma incógnita: “Adoro jogar aqui, foi onde tive mais sucesso ao longo da carreira em torneios do Grand Slam. Normalmente tenho bem claro onde vou jogar depois, sei que os objetivos são os Majors e os Jogos Olímpicos, mas além disso não tenho bem a ideia de onde irei jogar. Ainda me sinto com fome, quero continuar a competir. Consigo correr durante horas, tudo se trata mais sobre o nível emocional, que é a minha prioridade. O ténis tem sido a minha prioridade por mais de 20 ou 30 anos, não quero perder demasiados momentos com os meus filhos.”

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