OEIRAS – Os britânicos Jay Clarke e Marcus Willis sagraram-se, este sábado, campeões de pares do Indoor Oeiras Open, o primeiro título de 2024 dos torneios em solo nacional. Os terceiros cabeças de série derrotaram o francês Theo Arribage e o belga Michael Geerts, os maiores favoritos teóricos para arrecadar o troféu, com os parciais de 6-4, 6-7(9) e 10-3.
A final ficou resolvida ao cabo de 1h30, mas na verdade podia ter ficado sentenciada mais cedo, já que Clarke e Willis chegaram a dispor de três match points no tie-break do segundo set (os primeiros a 6-4). Rapidamente esqueceram a falta de concretização e realizaram um desempate a roçar a perfeição para conquistarem o primeiro título do ano.
No final do embate, Willis passou pela sala de conferências já sem o parceiro, que entretanto saiu apressado para apanhar o voo – e na bagagem levou o sexto prémio da carreira de pares, segundo Challenger, todos desde 2023, e o primeiro ao lado do associado deste título num dos poucos torneios em conjunto, mais de sete anos depois da campanha em parelha até à terceira ronda de Wimbledon, onde pelo caminho superaram os consagrados franceses Pierre-Hugues Herbert e Nicolas Mahut, uma das melhores duplas da história.
Para o mais velho (33 anos para 25), o título no Jamor foi o 38.º do palmarés numa variante a que se dedicou em exclusivo há cerca de ano e meio. Mais do que isso, Willis amealhou o segundo troféu na categoria intermédia e o segundo consecutivo, depois de ter terminado a época de 2023 em Maspalomas, nas Canárias.
“Tenho pouca experiência em Challengers. Em termos de resultados é a minha melhor fase de sempre nos pares [na hierarquia está com a melhor cotação de sempre, 165.º, e deverá escalar cerca de 10 lugares], mas quero melhorar e há muito que posso fazer. O que é bom, estou onde quero estar e quero ser a minha melhor versão”.
Sem objetivos concretos a não ser jogar Wimbledon novamente, o britânico quer obviamente estar nas melhores provas do mundo. “Não passo muito tempo a definir metas. Tento ganhar todos os jogos que disputo”. Para já, e ao contrário de Clarke, estará de novo na nave dos campos cobertos do Complexo de Ténis do Jamor.
“Acho que joguei os últimos cinco ou seis Challengers que vocês tiveram aqui em Portugal. É fácil de voar de Londres, os hotéis são sempre muito bons, os torneios são bem organizados, gosto da comida e gosto de estar perto do mar. Venho sempre muito feliz para Portugal e virei sempre que puder”. Agora espera descobrir um pouco de Lisboa nos próximos dias – só deverá competir por volta de quarta-feira -, mas sem grandes celebrações porque está “velho”.
Conhecido pelo conto de fadas que o levou da pré-qualificação ao Centre Court de Wimbledon para a segunda ronda do quadro principal para medir forças com um certo Roger Federer, Marcus Willis admite que esse momento mudou a sua vida e ainda hoje é lembrado por essa campanha de 2016. Agora, também já pode dizer que está na galeria de campeões de provas portuguesas e, pelo discurso de adoração ao país, não foi a última vez que passeou classe por cá.