OEIRAS – Maks Kasnikowski está a ser a grande revelação do Indoor Oeiras Open. O polaco carimbou o acesso à terceira meia-final Challenger da carreira, todas em condições semelhantes às da nave dos campos cobertos do Complexo de Ténis do Jamor, depois de ultrapassar João Sousa, não só o tenista mais credenciado a atuar no torneio como uma das grandes referências do jovem de 20 anos.
Atualmente no posto 324 ATP (foi 288.º em outubro), Kasnikowski começou por salvar seis match points frente ao búlgro Adrian Andreev (sexto favorito ao título) para depois, numa espécie de segunda vida, bater de rajada João Domingues e Sousa.
“Não quero dizer que me sinto invencível, mas já estava quase fora do torneio. E agora nas meias-finais foi o meu melhor encontro da semana”. A exibição convincente culminou com triunfo por 7-6(1) e 6-4 frente a um dos ídolos.
“O João é um ótimo jogador e vejo-o na televisão desde os meus 13 anos. Lembro-me do momento em que ganhou o [Millennium] Estoril Open, é um vídeo que já vi no Youtube tantas vezes. Acho que é um dos melhores vídeos de ténis, o público a gritar por ele. Vencer um jogador como o João é um pequeno sonho tornado realidade”.
Qual o motivo de tanta admiração quando a maior parte das referências dos tenistas se divide entre o big three? “Gosto de jogadores com espírito de luta e estou a tentar ser como eles, tento dar o meu melhor em todos. O João é um desses jogadores que dá tudo, é realmente alguém que admito e me inspira”.
Assim, não é de estranhar que Kasnikowski considere este sucesso como “um dos maiores” da carreira. “Talvez o ranking não esteja lá agora, mas ele ainda pode jogar muito bom ténis e está num nível maior do que o meu”.
Também inspirado pelas maiores estrelas do seu país (Iga Swiatek e Hubert Hurkacz), o antigo oitavo da hierarquia de sub 18 vai tentar replicar a final alcançada, na categoria, no mês de outubro, em Ortisei. Para isso terá de derrotar outro dos favoritos ao título: o sexto cabeça de série Valentin Royer, um jogador que diz conhecer mal, mas o trabalho de casa será feito até à segunda semifinal deste sábado.
O francês de 22 anos optou por dividir a pré-época para amealhar pontos no final de 2023 em provas de valor inferior. O resultado foram 12 vitórias nos derradeiros 13 duelos, dois troféus ITF em solo grego e pela primeira vez é cabeça de série em provas do circuito secundário. Próximo dos lugares de apuramento para Grand Slams, Royer sente que o trabalho está a dar frutos, mas esta jornada está ainda no início, jornada travada com uma pausa de três meses na época passada a contas com uma lesão no pulso quando estava em sentido progressivo na hierarquia.
Fã de Portugal, em fevereiro até arrecadou o torneio de Vila Real de Santo António e em outubro atingiu a final de Tavira, o gaulês quer estrear-se em finais Challenger neste Indoor Oeiras Open.