Depois de uma pré-época de luxo, Gastão Elias regressa “melhor do que esperava” e “pronto para fazer estragos”

OEIRAS — Ano novo, vida nova. É esse o desejo de Gastão Elias, que depois de um 2023 a contas com vários problemas físicos começou 2024 com uma vitória e a esperança de que o passado não o atormente porque dentro dele ainda há a vontade de “fazer estragos” e lutar pelo regresso aos grandes palcos a que em tempos se habituou.

Aos 33 anos, o tenista da Lourinhã foi um dos quatro portugueses a selar a passagem à segunda ronda do Indoor Oeiras Open e depois de colocar um travão na campanha do francês Kenny de Schepper demonstrou alguma surpresa com a exibição: “Foi um encontro bastante bom, em que consegui ser agressivo e ir várias vezes para a frente. Joguei bem do início ao fim e até acho que estive melhor do que esperava.”

Atualmente no 336.º lugar do ranking mundial, Elias sabia que “tinha de estar concentrado do primeiro ao último ponto, sobretudo porque em piso rápido indoor pode complicar-se muito rapidamente” e ficou agradado com a forma como reagiu às investidas do veterano francês.

Este é o primeiro ano que o ex-top 60 arranca a jogar “em casa”, mas a preparação foi semelhante à de anos anteriores, o que no caso de Gastão Elias é sinónimo de uma pré-época luxuosa em termos de parceiros de treino: Frances Tiafoe, Tommy Paul e até Coco Gauff foram alguns dos jogadores com que o português partilhou o court durante as várias semanas que passou em Miami, onde voltou a reunir-se com o colombiano Felipe Luna para fazer a transição de temporada e até apalavrar semanas de acompanhamento enquanto o treinador habitual, Guilherme Balboa, aguarda o nascimento do primeiro filho. Até que… um ligeiro contratempo o deixou novamente à procura de um técnico provisório.

“Foi engraçado porque estávamos a treinar lá na Florida e de repente a Coco Gauff deixou de trabalhar com o Jarmere Jenkins e contratou-o. Então ele agora está na Nova Zelândia e depois vai para o Australian Open com ela, por isso eu fiquei sem a minha segunda opção. É claro que eu lhe disse que tinha de aceitar, senão batia-lhe”, contou com a boa disposição habitual.

Mas nem este contratempo lhe afeta a motivação para continuar a perseguir os objetivos: “Estou a fazer tudo o que é possível para ter um ano decente em termos físicos, porque em termos de qualidade [tenística] ainda vou acreditar durante mais alguns anos que tenho capacidades para fazer estragos por aí.”

O discurso não é novo, mas agora o corpo volta a estar alinhado à mente. E se há palco de boas memórias é este, o Jamor, onde já soma 16 vitórias consecutivas (a desta terça-feira foi a primeira em piso rápido).

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