Nuno Borges em entrevista: “Contra o Alcaraz senti-me um bocadinho como um animal no zoo”

Poucos dias depois de colocar um ponto final na melhor época da carreira, Nuno Borges recebeu a distinção de Jogador do Ano dos Prémios Raquetc e foi o segundo convidado do Ponto de Encontro, o novo Podcast do Raquetc durante o qual refletiu e recordou alguns dos momentos mais marcantes de 2023, entre eles o marcante encontro com Carlos Alcaraz na segunda ronda do ATP 500 de Barcelona.

“Foi bastante intimidante. Aliás, eu fui à frente dele ou atrás dele para entrar em campo… Acho que entrei em primeiro, porque deixam o melhor para dar mais espetáculo, não é? E a caminho do campo era uma loucura. O pessoal estava aos berros, parecia… Eu sentia-me um bocadinho como um animal no zoo, com o pessoal histérico, a dizer ‘deixa-me tocar-te’, ‘dá-me um autógrafo’, ‘dá-me o boné’, ‘Carlitos’… só que era para ele. Eu estava ali ao lado, a sofrer por consequência, mas nem quero imaginar o tipo de atenção que ele tem. Deve ser mesmo… um exagero”, recordou o tenista português a propósito do encontro que disputou a 18 de abril de 2023.

Questionado sobre a mentalidade com que entrou para este encontro em especial, pela ocasião e pelo adversário que reconhece ser de “outro patamar”, Borges deu a conhecer a sua abordagem: “Tenho de tentar focar-me nas minhas coisas e tentar fazer muito bem aquilo que eu gosto de fazer e que são as minhas armas. E sei que vai haver momentos em que eu não vou conseguir fazer nada. Às vezes tenho que ir um bocadinho no instinto, pensar ‘ok, estou a sentir que ele vai servir ao T e tentar dar-lhe uma resposta um bocadinho melhor do que só metê-la dentro’. Entre ele escolher, eu escolher e ver no que dá. O ténis é muito assim, há jogadores contra quem não posso estar à espera de conseguir ‘tocar’ em todos os jogos de serviço e estar pronto para isso ajuda-me a encarar o encontro da melhor maneira.”

“Tenho sempre de entrar em campo pronto para ganhar porque se a oportunidade surgir eu tenho de conseguir, naquele momento, servir para fechar ou fazer o break. Mas aceitei as dificuldades que poderiam vir e sabia que ia ter de trabalhar muito para ganhar os meus jogos de serviço e ainda mais para lhe fazer um break. Agora, se de repente aquilo estivesse 4-4 com um ponto de break para mim não vejo porque é que era impossível. Claro que a probabilidade está do lado dele, mas é possível. Tudo é possível e já houve encontros assim”, acrescentou.

O episódio do Ponto de Encontro com Nuno Borges está disponível de forma gratuita nas várias plataformas: Spotify, Apple Podcasts, Google Podcasts e Youtube.

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