MAIA — O Maia Open cumpriu um desejo antigo e subiu de categoria para fechar em grande a temporada de 2023, promoção refletida numa lista de inscritos recheada de caras conhecidas do circuito mundial masculino e protagonistas para todos os gostos.
Com 100 pontos ATP em jogo e um total de 118.000 euros em discussão, a sexta edição do Challenger organizado em simbiose pela Federação Portuguesa de Ténis e pela Câmara Municipal da Maia reforça a presença de destaque da etapa maiata no calendário do circuito secundário.
O que, a juntar-se ao posicionamento estratégico na última semana pontuável para a entrada direta no quadro principal do Australian Open (e, em boa verdade, para fechar o ano no top 100), faz com que haja uma verdadeira chuva de estrelas a Norte do país entre os dias 26 de novembro e 3 de dezembro.
Festa portuguesa, com certeza
O melhor tenista português da atualidade, o melhor tenista português da história e o tenista português mais promissor. O cardápio dificilmente podia ser mais chamativo, pois Nuno Borges (78.º depois de já ter sido 63.º esta época) é o cabeça de cartaz em busca da inédita glória em casa (já esteve perto: finalista em 2021, semifinalista em 2022), João Sousa (257.º e ex-28.º) participa pela primeira vez no torneio e Henrique Rocha (na melhor classificação da carreira, o 255.º lugar, depois de ter arrancado 2023 como 850.º) regressa à antiga casa em busca de pontos que lhe permitam cumprir o sonho de voar para Melbourne.
O maiato (26 anos), o vimaranense (34 anos) e o portuense (19 anos) compõem o trio luso com entrada direta no quadro principal, depois duplicado pelos wild cards atribuídos a Jaime Faria (414.º), Duarte Vale (574.º) e Francisco Rocha (1040.º) e até estendido pelo frente a frente de Pedro Araújo e Rodrigo Fernandes na última ronda de um qualifying que inicialmente contou com oito jogadores portugueses.
São igualmente de destaque — e pomposas — as participações no quadro de pares de Francisco Cabral (o melhor português da atualidade na variante), ao lado do amigo Nuno Borges, e Frederico Gil, empenhado em continuar a contrariar o avançar dos anos (já tem 38) e motivado a regressar ao circuito com um parceiro, para já o bem mais novo (21) Pedro Araújo.
Para entretenimento do público, quis o sorteio que essas duas duplas cruzassem caminhos logo na ronda inaugural. Está garantido o espetáculo.
Parada de estrelas
Não é todos os dias que podemos ver tenistas do gabarito de Fabio Fognini, Benoit Paire e Albert Ramos-Vinolas. O Maia Open é palco da reunião de vedetas, todos eles com passagens pelo top 20 ATP e com títulos no circuito principal no currículo – a eles podemos juntar o ex-16.º Nikoloz Basilashvili, entretanto surpreendido na primeira ronda da fase de qualificação pelo campeão nacional de sub 18 Rodrigo Fernandes.
Obviamente nenhum deles está no pico de carreira, mas isso importa? Diríamos que não. E há muito em jogo para o trio de maiores protagonistas estrangeiros do quadro principal da prova, isto porque o Maia Open é a derradeira chance de somarem pontos preciosos para garantirem um bilhete de acesso ao Australian Open sem passarem pela casa de partida.
Ramos parte na pole position, no que aos três diz respeito. 92.º da hierarquia e sem pontos a defender, a competição principal do primeiro Grand Slam da temporada está assegurada. Mas nada como terminar um ano difícil, como o próprio admitiu aquando da passagem em outubro pelo Lisboa Belém Open, com chave de ouro.
Fabio Fognini (107.º) ascendeu cerca de 30 lugares no ranking depois do título no Challenger de Valência no passado domingo, salvando até dois match points para celebrar o primeiro troféu de 2023. O quadro principal nos antípodas ficou mais perto, o que seria um prémio reconfortante depois da época mais difícil da vida do carismático italiano, na qual saiu do top 100 pela primeira vez desde 2009. Há um último esforço a fazer, também para não voltar a dizer que o seu ranking foi à m*rda como mencionou este ano na passagem pelo Millennium Estoril Open.
Benoit Paire (130.º) é, dos três, o que tem a mais difícil para evitar o tal qualifying em Melbourne. Não se deve, no entanto, subestimar o francês, capaz do melhor e do pior. Em janeiro desde ano chegou a sair top 200(!), mas dois títulos no circuito secundário em três decisões atenuaram a queda e novo sucesso esta semana pode compor o que parecia um desastre de 2023 há uns meses.
Pedigree não falta: O espanhol de 35 anos chegou a ser 17.º colocado no ranking mundial em maio de 2017 e conquistou quatro títulos ATP em 12 finais disputadas, com destaque para aquele que ergueu no Millennium Estoril Open em 2021, quatro anos depois de ter sido finalista do ATP Masters 1000 de Monte Carlo.
O italiano é o mais velho dos três (36 anos) e também o mais credenciado, pois chegou ao top 10 mundial (foi número nove) em 2019, o ano em que brilhou e venceu, no ATP Masters 1000 de Monte Carlo, o maior dos nove títulos ATP que conquistou num total de 19 finais disputadas.
O francês, um ano mais novo, é considerado um dos jogadores mais carismáticos do circuito e atingiu 18.º posto em janeiro de 2016, tendo no currículo três títulos ATP entre nove finais jogadas.
Vencedor(es) regressa(m)
Dos cinco antigos campeões do Maia Open, somente Jozef Kovalik marca presença novamente. O primeiro vencedor (2019) já teve melhores dias (é 227.º, antigo 80.º), mas é também daqueles jogadores que com condições do seu agrado pode ser perigoso para qualquer um. Normalmente forte em pisos pesados, o eslovaco encara Albert Ramos-Vinolas, segundo cabeça de série, na estreia.
Dissemos que Kovalik era o único ex-campeão a competir em 2023? É verdade, mas Pedro Sousa (2020) está no Norte do país a assumir o novo papel de treinador do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis e a acompanhar Henrique Rocha, Jaime Faria e Nuno Borges. Vamos vê-lo na bancada, mas quem sabe também num court de treino a mostrar que ainda sabe bater bem na bola.
Pontos e prize-money
QR1 | QR2 | Apurado | 1R | 2R | QF | SF | F | 🏆 | |
Pontos | 0 | 2 | 5 | 0 | 9 | 20 | 36 | 60 | 100 |
Prize-money | 290€ | 580€ | – | 1.160€ | 1.900€ | 3.240€ | 5.555€ | 9.415€ | 16.020€ |
Programa
- Domingo (11h): 12 encontros do qualifying
- Segunda-feira (11h): 6 encontros do qualifying e 3 da primeira ronda de singulares
- Terça-feira (11h): 13 encontros da primeira ronda de singulares e primeira ronda de pares
- Quarta-feira (11h): Primeira ronda de singulares e primeira ronda de pares
- Quinta-feira (11h): Primeira ronda de singulares e quartos de final de pares
- Sexta-feira (11h): Quartos de final de singulares e meias-finais de pares
- Sábado (11h): Meias-finais de singulares e final de pares
- Domingo (11h): Final de singulares
Transmissões
O Maia Open será transmitido em direto na Sport TV entre os dias 27 de novembro e 3 de dezembro.
De terça-feira (primeira ronda) a sexta-feira (quartos de final) serão transmitidos em direto dois encontros de singulares a partir das 13 horas. No sábado, as duas meias-finais serão transmitidas a partir das 11 horas, o mesmo horário da final individual de domingo.