MÁLAGA — Jannik Sinner chegou, viu e venceu. Não por uma, não por duas, não por três, não por quatro, mas por cinco vezes e em singulares e em pares para dar à Itália o segundo título na Taça Davis. O fim de um jejum de 48 anos deu-se graças a uma das melhores campanhas de toda a história da competição secular.
Menos de 24 horas depois de derrotar Novak Djokovic por duas vezes, o jogador do momento regressou ao Palacio de Deportes José María Martín Carpena mais relaxado do que nas ocasiões anteriores — ao contrário do que aconteceu nos quartos de final e nas meias-finais, a Itália começou a final a ganhar — e fez o que dele se esperava ao vencer Alex de Minaur por 6-3 e 6-0.
Apesar de estarem frente a frente dois jogadores de classe mundial (o italiano é o quarto do ranking, o australiano o 12.º), o favoritismo de Sinner era tremendo por causa do confronto direto, mas sobretudo pelos resultados dos últimos dois meses.
Quando Matteo Arnaldi venceu o encontro frente a Alexei Popyrin, a sensação geral foi a de que o título já não escaparia. A forma como os vários milhares de italianos — responsáveis por um ambiente “caseiro” a fazer lembrar os velhos tempos da Taça Davis — celebraram reforçou a teoria e o arranque do segundo e último singular do dia acabou com as dúvidas.
Pela primeira vez livre de uma pressão de cortar à faca, Sinner banalizou o cansaço físico e emocional (ao contrário da Itália, a Austrália teve um dia de descanso) com o mesmo ténis estratosférico das jornadas anteriores.
Se Matteo Arnaldi, Lorenzo Sonego (cada um com duas vitórias em singulares) e Lorenzo Musetti (uma vitória em pares) foram os responsáveis pela festa italiana em Bolonha, numa fase de grupos em que o país se viu desfalcado das suas maiores figuras, Jannik Sinner foi a estrela maior da Final 8 em Málaga, onde exerceu com rigor — e perfeição — o papel de líder. Aos 22 anos.