MAIA – Com apenas 17 anos, Rodrigo Fernandes estreou-se a vencer no ATP Challenger Tour, e venceu em grande ao bater Nikoloz Basilashvili, antigo top 20 mundial, por 6-2, 5-7 e 7-6(5), perante um court 4 do Maia Open repleto de público a assistir.
O atual campeão nacional de sub 18, 1398.º do ranking, nunca se deixou intimidar pela ocasião solente: não só era o torneio mais importante mais importante que jamais tinha disputado (apenas o segundo Challenger, depois do Braga Open, mas este foi elevado à classe 100), como para além do forte apoio estava a medir forças contra um ex-16.º ATP e vencedor de cinco títulos ATP (dois em Hamburgo da categoria 500 e outro em Pequim da mesma estirpe) em nove finais.
Depois de um primeiro set perfeito, o bracarense agarrou-se com unhas e dentes ao ascendente do georgiano, que no seu ténis ultra-agressivo e constantemente no tudo ou nada ia criando mais dificuldades a Fernandes. Sempre muito sólido e a desferir golpes certeiros à mínima chance, o jovem luso conseguiu inverter uma desvantagem de break madrugador no parcial decisivo e empurrar o duelo para o limite, talvez impensável inicialmente.
Um tie-break a roçar a perfeição (e no qual chegou a estar a perder por 5-4, mini break abaixo) sentenciou o confronto em 2h25 – e dois winners de esquerda ao longo da linha para selar o triunfo da melhor forma – para delírio dos presentes e efusividade do próprio.
Em termos de ranking atual, o triunfo sobre Basilashvili não é o maior da curta carreira de Rodrigo Fernandes. Em setembro tinha batido Martyn Pawelski (488.º) para atingir os quartos de final na Beloura, uma estreia em provas ITF, e o experiente jogador de 31 anos é 591.º aos dias de hoje. Mas a primeira vitória Challenger não se esquece e não é todos os dias que se supera um tenista do gabarito do opositor deste domingo.
Num ano de estreias (primeiro título internacional de juniores, primeiro título de campeão nacional, primeiro ponto ATP e agora o sucesso na categoria intermédia do ténis masculino), o wild card do qualifying fica à espera de Pedro Araújo ou do francês Kenny de Schepper (antigo 62.º) para saber quem defronta no acesso ao quadro principal da sexta edição do Maia Open.