VALE DO LOBO — A perseguição ao qualifying do Australian Open não atrapalha Henrique Rocha e foi com uma campanha a roçar a perfeição que o jovem português de 19 anos completou a “dobradinha” em Vale do Lobo, onde ergueu o quarto título de pares e o sexto de singulares — todos esta época. Mais motivado do que nunca, explicou as razões que o ajudaram a vencer o Vale do Lobo Open I e voltou a falar da missão que persegue até ao final da temporada.
“Hoje joguei bastante bem. Tinha perdido a minha última final e queria entrar com tudo para ganhar e foi isso que fiz na perfeição.Fui melhorando o nível ao longo da semana e foi importante para mim começar a sentir-me cada vez melhor nestes campos, onde nem sempre é fácil jogar. Hoje não entrei muito bem, mas consegui dar logo uma boa resposta e quando meti o pé no acelerador não parei”, começou por afirmar após assinar contra o Hynek Barton (531.º) a quinta vitória da semana em sets diretos.
“Foi sem dúvida o meu melhor encontro da semana”, concordou depois de o ouvir das palavras do novo treinador, Pedro Sousa, que recentemente integrou a equipa técnica do Centro de Alto Rendimento a que Henrique Rocha pertence há v´ários anos. “Já o conhecia bem dos juniores e sabia que se jogasse como acabei por conseguir tinha boas hipóteses de ganhar. No primeiro set houve momentos duros, mas consegui sempre superá-los e aguentei-me de cabeça. Fiquei um pouco surpreendido pelo estilo de jogo dele, porque não tinha noção de que vinha tanto para a frente, mas percebi que estava a mudar muito o ritmo e a variar sem nexo, o que me deu segurança pois fez-me pensar que se conseguisse mudar o rumo para o meu lado depois podia enrolar a meu favor. Foi isso que aconteceu e a partir do momento em que devolvi o break controlei o encontro.”
A vitória deste domingo foi a 60.ª do ano só em encontros de singulares e deu-lhe o sexto título do ano (sempre na categoria ITF M25), que será acompanhada de uma subida de cerca de 20 posições, até ao top 260, na atualização do ranking de 27 de novembro.
Estes números tornaram real a possibilidade de jogar, já em janeiro, o primeiro Grand Slam da carreira como profissional. E a luta por um lugar no qualifying do Australian Open não só não o intimida, como o motiva: “Sou bastante ambicioso, mas tenho muita noção de toda a envolvência e não penso em ser número um amanhã. Sei para o que é que trabalho e o que é que consigo fazer. Mas gosto de ser bastante ambicioso e para a semana quero voltar a ganhar. Tenho de estar a full em todos os encontros porque a partir de agora são todos uma final.”