VALE DO LOBO — Mais um dia, mais um desafio superado por Henrique Rocha e mais uma final: este sábado, o jovem português de 19 anos (277.º classificado no ranking ATP) celebrou pela quarta vez no Vale do Lobo Open I e inscreveu o nome numa final individual pela sétima vez na temporada, sempre na categoria ITF M25.
A “vítima” deste sábado foi Khumoyun Sultanov (425.º), do Uzbequistão, que apesar de ter dado mais trabalho do que os adversários anteriores acabou derrotado pelos parciais de 6-4 e 7-5 numa meia-final equilibrada que ficou resolvida em 1h54.
À semelhança dos embates anteriores, Henrique Rocha voltou a entrar com o pé no acelerador e construiu rapidamente uma vantagem de 5-1. No entanto, com o desgaste das bolas sentiu dificuldades em impôr o ténis agressivo que cada vez mais o caracteriza e porque também na pancada de serviço esteve uns furos abaixo em relação aos outros embates da semana deu espaço a Sultanov para recuperar um dos breaks de atraso e vencer três jogos seguidos.
Depois, o portuense fechou o set com um jogo de serviço em branco e até foi o primeiro a assinar um break no segundo parcial. Só que a intensidade impressa pelo uzbeque causou-lhe algumas dificuldades (pouco depois voltou a deixar escapar uma quebra de serviço de avanço) e obrigou-o a trabalhos extra na reta final, com a concentração reposta, para prolongar a campanha.
“Foi um bom encontro. Entrei bastante bem no primeiro set e ganhei logo uma grande vantagem, mas depois adormeci um bocadinho devido às bolas ficarem mais gastas e deixei de conseguir impôr-me. No segundo set ele entrou com bastante intensidade e foi taco a taco. Eu ainda tive um break de vantagem por duas ou três vezes, mas nunca o consegui confirmar, hoje não foi dos meus melhores dias no serviço e não consegui variar muito, até que a 6-5 lá impus o meu ritmo e joguei melhor”, reconheceu na análise ao duelo.
No domingo, a partir das 12 horas, Henrique Rocha discutirá a final do Vale do Lobo Open I com Hynek Barton (531.º). O checo continua a surpreender e depois de ter iniciado a caminhada com uma vitória sobre o cabeça de cartaz, Jules Marie, deu a volta ao terceiro favorito, Michael Geerts (260.º), para triunfar com os parciais de 5-7, 6-2 e 7-6(2).
Esta será a sétima final de singulares do ano para Henrique Rocha no circuito internacional (venceu as cinco primeiras, perdeu a mais recente) e a terceira nos últimos três torneios, mas quarta se considerada a que, há uma semana, lhe valeu o título de campeão nacional absoluto.
O tenista português que mais evoluiu esta época não hesitou em reconhecer que a cada vez maior experiência em decisões o ajuda a preparar este tipo de encontros, mas acrescentou que “uma final é sempre uma final e gosto sempre de sentir aquele friozinho na barriga porque ajuda-me a ficar mais ativo e mais concentrado durante o encontro.”
Sobre o derradeiro adversário da semana, Henrique Rocha garantiu estar preparado para o desafio: “Defrontámo-nos em pares no Orange Bowl há cerca de dois anos. Somos da mesma idade e jogámos alguns torneios juntos, por isso tenho algumas ideias acerca dele. O Tiago Pereira defrontou-o há uns dias e eu estive a ver um pouco do encontro. Também já pedi dicas ao pai dele, o Pedro Pereira, e estou preparado. Se fizer o meu jogo tenho bastante ténis para ganhar e mais do que estar focado no que ele joga quero preparar o meu jogo e impôr o meu ritmo.”