Francisca Jorge: “É muito bom continuar a fazer história no ténis feminino em Portugal”

OEIRAS — Um, dois, três, quatro, cinco, seis, sete: os anos passam e Francisca Jorge continua a dominar o Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto, competição que este sábado venceu pela sétima vez consecutiva e que cada vez mais tem o nome da jovem tenista de Guimarães gravado entre os maiores campeões.

“É muito bom continuar a fazer história no ténis feminino em Portugal e estou sem dúvida muito contente”. De sorriso no rosto, foi assim que a melhor tenista portuguesa da atualidade (272.ª WTA em singulares, 129.ª em pares) começou por analisar mais uma semana dourada a nível nacional, novamente sem perder sets e pela quarta vez nos últimos quatro anos consumada com uma vitória contra a irmã mais nova, Matilde Jorge, no encontro do título.

A adversária que precisou de derrubar para superar o derradeiro obstáculo foi, aliás, a única mágoa no discurso de heptacampeã de Francisca Jorge: “Tenho um pouco de pena pela forma como o encontro terminou [7-5 e 6-0], ela desligou um bocadinho, mas tirando isso foi uma boa final, jogámos as duas bastante bem.”

A final devidiu-se claramente entre parciais e o primeiro foi classificado pela mais velha das duas irmãs naturais de Guimarães como “o melhor set que já jogámos”, mas também como o momento decisivo deste frente-a-frente: “Ao virar de 3-4 para 5-4 senti que podia ter fechado logo e não consegui, mas continuei sempre à procura e ao 6-5 ela falhou uma ou duas bolas, eu mantive-me firma e isso fez a diferença. Senti que isso desbloqueou alguma coisa em mim e quando fiz o 3-0 no segundo set ela foi-se abaixo.”

Com um certo desejo de vingança (tinha perdido os dois encontros mais recentes, ambos no circuito internacional) e preparada para o ténis variado da irmã mais nova, Francisca Jorge ficou “satisfeita com a forma como consegui dar-lhe nível e meter qualidade nas pancadas para não ter de andar a correr atrás da bola, porque ela está a jogar bom ténis e se não o fizesse não ia ganhar vantagem.”

Mas também com a forma como se sensabilizou, recuperou o foco e entrou em campo focada em contornar os pontos fortes de Matilde Jorge para reclamar mais um título — o sétimo, histórico por fazer dela apenas a terceira portuguesa, entre homens e mulheres, a vencer tantas vezes consecutivas o torneio mais importante do ténis português.

A celebração não foi visível porque “a final já estava a desenrolar-se de forma favorável”, mas “internamente” foi “mais uma conquista e um desbloqueio” e por isso no final, quer ao receber o troféu, quer ao ser entrevistada pela última vez esta semana, o sorriso não largou o rosto.

Com “muito orgulho” em “fazer história no ténis português” e em assinar cada vez mais “grandes marcos”, a ambição de Francisca Jorge não é curta, mas já este sábado mudará de foco: ao final da tarde espera-a um voo para o Funchal, onde na próxima semana retoma a competição internacional num ITF W40 que se traduz como mais uma oportunidade de amealhar pontos decisivos para o objetivo mais desafiante da carreira: apurar-se para o qualifying do Australian Open e assim garantir a estreia em torneios do Grand Slam.

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