Nuno Borges concluiu a semana em Shenzhen como vice-campeão de um Challenger 100 e em declarações ao Raquetc fez um balanço muito positivo daquela que foi a melhor campanha dos últimos sete meses. Cada vez mais confiante depois de um período discreto na sequência da lesão sofrida em Wimbledon, o melhor tenista português da atualidade também explicou o que faltou para sair da China com o terceiro título do ano, partilhou o calendário para o que resta da época e apontou a permanência no top 100 como uma meta para o final de 2023.
“O balanço da semana é muito positivo. Entrei neste torneio com poucas expetativas porque os últimos não me tinham corrido muito bem e ainda andava à procura do meu melhor ténis desde a lesão, porque tem-me custado conseguir vitórias, sobretudo a nível ATP. Ao nível mental tive sem dúvida um upgrade que vou usar para as próximas semanas e o ténis já começa a aparecer”, disse depois de perder por 7-6(4) e 7-6(5) perante o norte-americano Aleksandar Kovacevic (146.º).
“Ainda não me sinto com a maior confiança do mundo, mas sem dúvida que uma final aqui ajuda muito. Vou procurar à procura de mais porque sei que consigo. Sei que consigo adaptar-me melhor às condições, usar melhor as minhas armas e vencer finais como esta”, acrescentou o maiato, que graças à campanha em Shenzhen subirá do 85.º para o 74.º lugar — a outros 11 degraus de igualar a melhor classificação da carreira.
Acerca do encontro que ditou o fim de campanha como vice-campeão, Borges reconheceu ter sido “um jogo nervoso, principalmente nos momentos importantes” e acrescentou que “depois da mudança de bola tive um jogo menos bom e nos tie-breaks não estive tão bem.”
“Não acho que ele tenha estado inacreditável, mas lidou melhor do que eu com esses momentos e mereceu, mas sei que consigo fazer melhor e que podia ter ganho. Para além de mais confiança não me faltou mais nada”, rematou.
Com uma “longa viagem” até Antuérpia pela frente, pois a campanha em Shenzhen retirou-o automaticamente do qualifying do ATP 500 de Tóquio (teria de jogar no sábado da meia-final) e ativou o plano B, o número um nacional contou que depois jogará o Challenger 100 de Brest, em França, e que ainda aguarda para saber se terá entrada no qualifying do ATP Masters 1000 de Paris.
Em relação às metas que persegue até ao final da temporada, Nuno Borges explicou que “tenho tentado evitar olhar para os números porque isso pode tornar-se stressante” e preferiu manter-se “focado em procurar o meu melhor ténis desde a lesão, porque andava insatisfeito com a forma como estava a sentir a bola.” O regresso ao circuito Challenger ajudou-o, “porque sempre há mais alguma margem e o ambiente me é mais familiar”, mas lá partilhou que “manter-me no top 100” é um dos objetivos que lhe passa pela cabeça.