LISBOA — Flavio Cobolli (121.º) viveu uma semana dourada no Club Internacional de Foot-ball e completou este domingo a tarefa de fazer o pleno ao sair por cima de um encontro especial com o amigo libanês Benjamin Hassan (189.º). O jovem italiano, que ficará às portas do top 100 mundial, rendeu o compatriota Marco Cecchinato enquanto mais recente campeão do Del Monte Lisboa Belém Open e, embora não tenha o devido tempo para celebrar, sai da capital portuguesa com um balão de confiança que lhe pressagia um futuro entre a elite do circuito masculino.
Sobre o regresso aos títulos um ano após se estrear a conquistar provas Challenger em Zadar, o atleta de Florença já redireciona o foco a Málaga, onde compete a partir da próxima terça-feira: “Este título significa muito para mim, agora estou mais relaxado porque esta semana foi muito difícil. Estou muito feliz e agora já só penso na próxima semana, vou para Málaga já a seguir ao almoço. Quero celebrar este título na semana seguinte em Roma, mas agora tenho outro torneio pela frente.”
Adepto confesso do futebol, Flavio Cobolli selecionou a icónica celebração de Cristiano Ronaldo para comemorar o título no Estádio CIF e confessou em conferência de imprensa que a admiração pelo madeirense vai ainda além disso: “É o vosso ‘deus’, o meu é Totti. Comprei a roupa interior do Ronaldo, estive na loja em Lisboa e comprei-a para jogar hoje na final. Decidi com a minha equipa que se ganhasse ia celebrar com um ‘siim’.”
Com a segunda vitória somada frente a Benjamin Hassan no patamar secundário, Cobolli explicou que o sentimento é distinto quando do outro lado da rede se encontra um amigo numa ocasião tão importante como uma final Challenger: “É diferente quando se joga contra um bom amigo, conheço-o muito bem. Ele jogou muito bem ao início, mas o meu foco manteve-se e depois disso comecei a jogar melhor e o resto viria a acontecer.”
Entre as bancadas bem compostas as cores ‘giallorossi’ ressaltaram bem à vista e Cobolli explicou que esses adeptos, italianos e equipados à AS Roma, foram presença constante nos seus compromissos em Lisboa: “Vi-os pela primeira vez na segunda ronda ou nos quartos de final, eles sabem a minha paixão e vieram sempre com as camisolas. Conheci-os cá, sempre me apoiaram ao longo da semana e dei a raqueta ao rapaz para agradecer todo o apoio. Ganhei o torneio, por isso posso comprar outra raqueta.”
Os primeiros capítulos de uma história de Flavio Cobolli com destino ao estrelato parecem não estar a escapar do guião e Portugal passa a deixar marca na sua ascensão, mas o transalpino não tem dúvidas que muito terá de construir para seguir os passos de Alcaraz, Rune ou Ruud, três dos top 10 que num passado recente também festejaram conquistas Challenger no nosso país: “Tenho muito a melhorar, preciso de estar a 100% nos treinos, a nível de alimentação, a dormir, tenho de evoluir a tudo para chegar lá.” Sem tempo para recuperar o fôlego, garante que não quer repetir a falha cometida em 2022: “No ano passado ganhei em Zadar e tirei uma semana para descansar, mas depois de ter celebrado não joguei tão bem e não quero cometer o mesmo erro, já só quero pensar na próxima semana e em várias coisas para melhorar.”