LISBOA — Um dia depois de ter conseguido a desforra da derrota em Braga, Benjamin Hassan (189.º) voltou a tornar-se um ‘vilão’ para os espanhóis e atirou para fora de prova Albert Ramos (93.º), principal favorito ao título, por 6-3 e 6-3. O libanês, que nasceu, cresceu e vive na Alemanha, completou a final masculina do Del Monte Lisboa Belém Open e vai discutir o destino do maior troféu com o italiano Flavio Cobolli (121.º), seu amigo e companheiro nos torneios de inter-clubes.
Com um passado com poucos motivos para relembrar em solo português, Hassan acreditou em conferência de imprensa que esta foi a exibição mais positiva de todas as que fez no nosso país, sobrelevando a intensidade que empreendeu ao longo de todos os acontecimentos: “Joguei um encontro muito positivo hoje, acho que foi o melhor de todas as três vezes que joguei em Portugal. Sabia desde o início que tinha de ser agressivo, a minha tática funcionou e estou muito feliz por estar na final.”
Embalado de umas meias-finais alcançadas na semana passada no Braga Open, o asiático partilha do mesmo parecer de outros jogadores que já haviam destacado a maior rapidez dos courts no Club Internacional de Foot-ball: “Sinto-me muito melhor aqui, é mais rápido do que em Braga e posso ser mais agressivo. Não está muito vento e o clima é sempre bom, gosto assim.”
Dando a conhecer um pouco da sua história, Hassan confidenciou que colocou em primeiro plano a vocação para ser professor de inglês e de desporto, tendo apenas recentemente dado uma nova oportunidade ao ténis: “Não joguei muito nos juniores, mas o ténis apareceu por parte do meu pai, que é treinador. Comecei a jogar, perdi o interesse e comecei a estudar numa universidade na Alemanha. Tudo voltou em 2022, fiz o meu primeiro Challenger e joguei muito bem sem preparação. Foi o momento em que pensei que talvez valesse a pena tentar ser profissional, se não resultasse voltava a estudar.”
Duas são anteriores finais disputadas no patamar Challenger, mas persegue ainda um título que lhe permita entrar na grelha de campeões e quer cumprir o desejo diante do seu companheiro Flavio Cobolli, com quem jogará a final marcada para as 11 horas deste domingo: “Joguei uma em piso rápido e uma em terra batida, jogo bem em ambas as superfícies e também quero vencer aqui. Ele é um bom amigo, já jogámos duas vezes e vai ser difícil e talvez emocional, conhecemo-nos muito bem e sabemos todas as táticas, acho que vai ser um duelo interessante.
Numa subida cada vez mais acentuada na tabela hierárquica, Benjamin Hassan — que já vê como garantida a participação no quadro de qualificação do Australian Open — ocupa virtualmente o 158.º posto. A estreia no lote dos 100 melhores é, portanto, uma das metas a riscar num futuro próximo: “Estou muito confiante com o objetivo de entrar no top 100, não tenho nada a perder e estou a jogar cada vez melhor.