LISBOA — Alívio, finalmente. Com a descontração e o sorriso que o caracterizam, foi assim que Pedro Sousa disse sentir-se depois de ter terminado, aos 35 anos, a carreira de tenista profissional com uma derrota em casa, no “seu” Club Internacional de Foot-Ball, frente ao melhor jogador português da história na segunda ronda do “seu” torneio, que tem o pai como diretor.
Meio a sério, meio a brincar, o lisboeta repetiu a ideia que já tinha partilhado em várias ocasiões ao longo dos seis meses pelos quais prolongou uma despedida que sempre quis consumar aqui, no clube que entrou ainda num berço e que o viu chegar à elite do desporto que elegeu.
“Era uma semana difícil para a qual já estava mais ou menos preparado, mas estou aliviado por ter terminado. Foi bonito ser aqui no CIF e como queria, com um feriado, casa cheia e contra o melhor tenista português de sempre”, desabafou na derradeira conferência de imprensa como jogador.
Com a boa disposição habitual, Pedro Sousa começou por destacar como feito que mais o marcou “ter chegado ao fim inteiro”. Com o amigo Gastão Elias a ouvi-lo a poucos metros continuou, referindo o “encontro que jogámos em Wimbledon [na primeira ronda do qualifying de 2015] como provavelmente o pior porque estava muito vento, muito frito e foi em relva.” Até que lá foi de encontro à verdadeira curiosidade da pergunta e destacou a participação nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021.
Em relação ao encontro que mostraria a alguém como resposta à pergunta ‘quem foi o tenista Pedro Sousa?’, a resposta estava na ponta da língua: “A final contra o Jan-Lennard Struff em Pullach, porque ganhei 6-1 e 6-3 num Challenger 125 e foi ainda melhor do que a vitória contra ele na Taça Davis no Jamor [um ano antes], em que ainda acabei a sofrer.“
“Contente” e “orgulhoso”, Pedro Sousa despediu-se da carreira de tenista sem arrependimentos, mas com duas espinhas encravadas: “Faltou-me ganhar a final ou uma das outras meias-finais que joguei aqui para vencer um título no CIF e chegar ao Grupo Mundial da Taça Davis com o Gastão e com o João.”
