LISBOA — Gastão Elias (354.º) foi o primeiro a pontuar num dia que se viria a tornar brilhante para as cores nacionais no Club Internacional de Foot-ball e regressou às vitórias em quadros principais de Challengers dois meses depois. O lourinhanense de 32 anos traçou uma exibição de gala frente ao bósnio Nerman Fatic (223.º), por 6-2 e 6-2, e vai encarar o primeiro cabeça de série Albert Ramos (95.º) na próxima barreira do Del Monte Lisboa Belém Open.
Sem nada de negativo a apontar da experiência desta terça-feira, o português salientou em conferência de imprensa que tudo correu conforme o seu guião inicial, tendo conseguido anular qualquer espaço que o adversário pudesse tentado conquistar: “Senti-me bastante bem, estou feliz por ter saído com a vitória mas também por ter ganho um jogo relativamente tranquilo. Já há algum tempo que não tinha uma vitória assim, estive relativamente bem e até poderia ter acabado mais cedo. Estive bastante agressivo e não o deixei impor o estilo de jogo que ele gosta, tinha-o um bocadinho desorientado e estive por cima em todos os pontos.”
Questionado sobre o quão impactante será o adeus de Pedro Sousa a acontecer esta semana, Elias — que o poderá defrontar nos quartos de final —, começou por brincar: “Eu não falo de possíveis adversários.” E elevou o companheiro e amigo a uma condição que o separa de todos os outros jogadores: “Fico feliz por estar presente no último torneio do Pedro, cá estarei a vê-lo. Sempre gostei de o ver jogar, todos temos de aproveitar este último momento de ténis único no ténis português e mundial, não há ninguém que jogue como ele.”
Ciente do vazio que o adeus de Pedro Sousa deixará no panorama do ténis nacional, Gastão Elias não tem dúvidas de que o seu estilo de jogo é peculiar e distanciado dos outros atletas: “É um jogador muito talentoso, mas a forma como ele joga é diferente de todos os outros talentosos. O Pedro tem um talento para fazer a bola andar como pouca gente faz, vai buscar jogos que parecem perdidos e é um jogador espetacular.”
Sobre as sensações que sentiu no regresso à terra batida a ter acontecido na semana passada, em Braga, o jogador nacional vincou a boa condição física que atualmente apresenta, depois de momentos de altos e baixos: “Há muito tempo que não jogava um torneio em terra batida, mas para mim o ano passou bastante rápido. Parece que estes cinco meses passaram num instante, em Braga fiz o meu primeiro jogo sem me lesionar nos últimos três torneios em terra. Hoje dei mais um passo com uma vitória e senti-me bem fisicamente, agora vamos ver o próximo obstáculo que aí vem, que vai ser um jogo muito mais físico.”