Valkusz, Ajdukovic, Hassan e Roca Batalla à procura da glória em Braga

Sebastião Guimarães/FPT

BRAGAMate Valkusz, Duje Ajdukovic, Benjamin Hassan e Oriol Roca Batalla são os quatro sobreviventes na luta pela sucessão a Nicolás Moreno de Alboran na galeria de campeões do Braga Open e os quatro têm muito a ganhar na quinta edição da prova.

O primeiro a seguir para as meias-finais foi Roca Batalla, que colocou um ponto final nas aspirações de Jaime Faria — e, por consequentemente, na representação portuguesa — ao sair por cima de um duelo que ficou decidido com o desfecho agridoce da primeira partida.

6-4 e 6-1 foram os parciais do quinto triunfo da semana para o espanhol, que começou a campanha no qualifying e chegou, pela quinta vez, às meias-finais de um torneio Challenger.

“Foi um encontro muito difícil, com um primeiro set extremamente disputado. Fiquei surpreendido pela positiva com o nível dele. Muda muito bem de direção com a esquerda e esteve muito bem. Foi muito equilibrado, decidido em pequenos detalhes e sobretudo naquele jogo de serviço muito longo que tive ao 4-4 e em que salvei vários pontos de break. Isso deu-me confiança, permitiu-me respirar e depois quebrar-lhe o serviço. Esse jogo mudou o ânimo dos dois”, explicou em conferência de imprensa.

O tenista de Barcelona já disputou uma final, mas ainda procura o primeiro título e, aos 30 anos, acredita que está a jogar “o melhor ténis da carreira.”

Pouco depois juntou-se a ele Hassan, o melhor tenista libanês da atualidade, que seguiu em frente com contornos semelhantes: quebrou o serviço a Pablo Llamas Ruiz (até aqui o tenista em melhor forma, pois só cedera quatro jogos nos dois encontros anteriores) quando o espanhol serviu para a primeira partida, venceu um tie-break de sentido único e a partir daí dominou.

Filho de pais libaneses, mas já nascido e criado na Alemanha (é natural de Merzig, a poucos quilómetros das fronteiras com França e Luxemburgo), o número 208 mundial já esteve em duas finais Challenger, mas ainda não conseguiu erguer um troféu de campeão a este nível.

O objetivo em Braga é, por isso, “tentar não pensar no título porque já cometi esse erro no passado e não correu nada bem”, admitiu entre sorrisos já depois de ter demonstrado muito alívio “por ter conseguido vencer em dois sets, depois de outros dois encontros muito duros, para conseguir estar fresco para as meias-finais.”

O terceiro jogador a seguir para as meias-finais do Braga Open foi Mate Valkusz. Depois de beneficiar da desistência do compatriota Zsombor Piros (o primeiro cabeça de série) na eliminatória anterior, o 236.º classificado do ranking afastou o último pré-designado em prova, o francês Titouan Droguet (número 170 mundial que recentemente surpreendeu Lorenzo Musetti na primeira ronda do US Open.

Para o fazer, o húngaro precisou de resistir com unhas e dentes ao tie-break mais longo da carreira”, acabando por rubricar os parciais de 7-6(12) e 6-3 a caminho de umas meias-finais que nunca esperou disputar.

“Queria desistir do torneio, mas tive de vir até Braga para não ser multado e quando cheguei cá o supervisor chegou a assinar a minha folha [de desistência]. Só que o fisioterapeuta estava ocupado e eu já não conseguia voo nesse dia, por isso resolvi esperar e aqui estou”, contou, já entre sorrisos, depois de ter sofrido muito por causa de uma indisposição estomacal que o levou a pedir a intervenção do profissional de saúde durante a exaustiva primeira partida de sexta-feira.

Valkusz venceu o primeiro título Challenger este ano, na Macedónia do Norte, e quer utilizar as duas semanas em Portugal (esta, em Braga, e a próxima, em Lisboa) para se despedir da terra batida “bem posicionado para nas semanas seguintes, já em piso rápido, alcançar o objetivo principal que é estar na Austrália no início do próximo ano.”

Duje Ajdukovic foi o último a reservar um lugar nas meias-finais, mas o que teve mais facilidades em fazê-lo. A atravessar um bom momento (está na melhor classificação da carreira e há poucas semanas jogou pela primeira vez pela Croácia na Taça Savis), o jovem de 22 anos “despachou” o francês Geoffrey Blancaneaux por 6-4 e 6-2.

Sem papas na língua, foi o próprio a descrever-se como “um jogador em desenvolvimento” que não vai “ficar por aqui”, apontando o top 150 como o objetivo maior para o que resta de 2023 — a época em que, tal como o seu próximo adversário, também venceu pela primeira vez uma prova do ATP Challenger Tour.

Sobre Valkusz, Ajdukovic só teve elogios a partilhar, mostrando-se preparado para “um encontro muito duro” durante a jornada de sábado.

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