BRAGA — Oriol Roca Batalla e Duje Ajdukovic formam o alinhamento de uma final inesperada no Braga Open e chegarão ao encontro decisivo em fases distintas das respetivas carreiras, mas com o mesmo objetivo: arrecadar um troféu que confirmará, quer para um, quer para outro, que esta está a ser a melhor temporada, ainda que longe de perfeita.
Duje Ajdukovic é o mais novo (22 anos), mas o único a já contar com um título Challenger no currículo. Foi já este ano, em Luedenscheid, na Alemanha, e como qualifier — precisamente a condição com que Oriol Roca Batalla chega à decisão de domingo, com 30 anos e em busca do troféu mais importante de uma carreira em grande parte passada nas provas do escalão inferior.
O jovem croata não sabia dessa lacuna no palmarés do adversário, mas ao ser confrontado com ela em conferência de imprensa admitiu que “poderá ter algum efeito”, não lhe dando, no entanto, demasiada importância.
Contente por ter resistido ao “dia mais quente da semana” (o termómetro chegou aos 34 graus), o jovem de Split fez uma breve análise ao encontro com o húngaro Mate Valkusz (236.º), que venceu em três partidas: “Ele jogou o primeiro set a um nível muito alto e eu não me apercebi dos problemas que estava a sentir, mas no segundo vi que estava em dificuldades e depois o momentum passou para o meu lado. Tive um pouco de azar no arranque do terceiro e isso afetou-me mais do que devia, mas mesmo perdendo três dos quatro primeiros jogos senti que tinha o controlo dos pontos, portanto não fiquei demasiado preocupado.”
Com uma “boa sensação” por estar pela segunda vez no ano e na carreira apurado para uma final Challenger, Ajdukovic destacou que quer ele, quer o espanhol chegarão ao encontro de domingo (11h) “muito confiantes” e admitiu “alguma vantagem” por ter ganho o confronto anterior, precisamente a caminho do primeiro título, mas também neste momento encurtou o discurso por precaução.
Oriol Roca Batalla chegou de sorriso feito à sala de conferências de imprensa. Visivelmente desgastado, mas extremamente motivado, o tenista de Barcelona garantiu que o calor não o afeta e que até gosta de jogar em condições difíceis — tanto ou ainda mais do que estas: “O calor não me incomoda nada. Pelo contrário, tudo o que seja acima dos 30 graus agrada-me e é uma vantagem para mim.”
Foi, aliás, graças às condições que o seu plano de jogo funcionou na perfeição para superar o libanês Benjamin Hassan (208.º): “Foi muito complicado porque ele é um jogador habilidoso e muito imprevisível, que nunca te deixa saber o que é que vai fazer. Mas eu consegui resistir e estive muito bem com o meu serviço, o que tornou tudo um pouco mais fácil. Depois fiz o que tinha a fazer, que era prolongar os pontos ao máximo e tentar mantê-lo lá atrás, variando as alturas e os ângulos. Com o calor a intensificar-se ele começou a servir pior e eu tive muitas oportunidades, o que jogou a meu favor.”
Se depois de jogar e perder a primeira final Challenger precisou de esperar oito anos até ter uma nova oportunidade, a terceira possibilidade de erguer finalmente um título deste nível chegou apenas cinco semanas depois: vice-campeão em Augsburg no final de agosto, o jogador de 30 anos “teria assinado logo” se no sábado, o dia em que chegou a Braga, lhe dissessem que venceria seis encontros consecutivos.
Mas agora que está confrontado com mais uma hipótese de erguer o maior troféu de uma já longa carreira não se quer ficar por aqui. Está preparado para “o ténis agressivo e muito reto” de Ajdukovic, contra quem quer “mudar o ritmo e tornar o encontro incómodo”. O foco principal esse, disse ser “focar-me cada vez mais em mim” — um discurso cada vez mais frequente entre as figuras deste desporto que, apesar de individual, obriga a disputar uma bola amarela com um adversário.
A partir das 11 horas começará a ser conhecido o sucessor de Pedro Sousa (2018), João Domingues (2019), Thiago Monteiro (2021) e Nicolás Moreno de Alboran (2022) na galeria de campeões do Braga Open.