BRAGA — As habituais quebras de concentração não impediram Duje Ajdukovic (199.º classificado no ranking ATP) de completar a missão deste sábado e, debaixo de um calor intenso, o jovem croata tornou-se no primeiro finalista de singulares da quinta edição do Braga Open.
Favorito no papel e na prática, o tenista de 22 anos resistiu a condições difíceis e vários altos e baixos e deu a volta ao húngaro Mate Valkusz (236.º) para vencer com os parciais de 5-7, 6-1 e 6-4, números que asseguraram a segunda presença em finais do circuito Challenger.
A primeira meia-final do dia começou quando os termómetros assinalavam 27 graus, mas ainda o primeiro parcial não estava resolvido e já superavam os 30. Debaixo de um sol intenso e sem vento a aliviar o ar pesado, Valkusz era quem mais tinha a perder pois chegou a esta fase a muito custo, afetado por indisposições estomacais que no início da semana hipotecaram a participação no torneio — chegou mesmo a preencher a folha de desistência, mas a impossibilidade de receber imediatamente o “carimbo” do fisioterapeuta, ocupado com tratamentos, levou-o a esperar e entretanto resolveu-se pela ida a jogo.
O ex-número um mundial de juniores precisava da primeira partida para ter hipóteses de prolongar a campanha e aplicou-se para a conquistar, com três quebras de serviço (duas a seu favor) já na parte final a aproximarem-no do objetivo. Só que o esforço que teve de dedicar a essa missão afastou-o por completo do segundo parcial, tão rápido quanto desequilibrado, e a quebra de Valkusz devolveu alento a Ajdukovic.
O croata não é conhecido por conseguir manter-se estável no plano psicológico e mesmo com a oportunidade posta em evidência à sua frente cedeu por várias vezes às tendências da mente. Instável e até desesperado pelas dificuldades que voltou a sentir nos primeiros jogos (Valkusz teve 0-40 na primeira vez em que respondeu e consumou mesmo a quebra de serviço para liderar por 3-1), Ajdukovic exasperou e por muito pouco não comprometeu a continuidade na prova.
No entanto, o cansaço do adversário voltou a ser decisivo e comprometeu-lhe o jogo de serviço seguinte. Uma vez recuperado o break de atraso, Ajdukovic teve caminho aberto para, perante um adversário cada vez mais frágil, consumar a recuperação num encontro de altos e baixos, com pouca continuidade no bom ténis que ambos podem apresentar e que acima de tudo foi uma luta contra as condições.
Campeão de um Challenger em Lüdenscheid durante o mês de julho, quando converteu a primeira final no primeiro título, Duje Ajdukovic poderá conquistar o segundo já este domingo, no Braga Open. Para isso terá de derrotar ou o libanês Benjamin Hassan ou o espanhol Oriol Roca Batalla, ambos em busca do primeiro troféu a este nível, mas certo é já que sairá do Clube de Ténis de Braga com a melhor classificação da carreira — garantido dentro do top 180.
