A seleção nacional masculina fez história ao viajar até Schwechat, nos arredores de Viena, para celebrar um inédito triunfo sobre a Áustria e garantir a quinta presença na ronda de acesso à tão desejada e inédita fase final, um feito que ganhou contornos ainda mais especiais por se traduzir na 50.ª vitória de Portugal na Taça Davis.
Fundada a 16 de março de 1925, a Federação Portuguesa de Lawn-Tennis lançou uma equipa a jogo na Taça Davis logo nesse ano, perdendo por 4-1 com a Itália entre os dias 8, 9 e 10 de maio no court de terra batida ao ar livre do Campo das Laranjeiras, em Lisboa, detido pelo Club Internacional de Foot-Ball.
Foi durante esse fim de semana que António Casanovas assinou a primeira vitória de um jogador português na competição entretanto centenária, ao vencer Clemente Serventi no terceiro singular (já com a eliminatória resolvida a favor dos visitantes), por 6-4, 4-6, 6-2, 4-6 e 8-6.
Portugal não participou na competição entre 1929 e 1947. A participação na Taça Davis foi retomada em 1948 e desde 1963 que acontece de forma ininterrupta, tendo a primeira vitória numa eliminatória surgido precisamente nesse ano: David Cohen, Alfredo Vaz Pinto, Azevedo Gomes e Manuel Dinis fizeram história no Clube de Ténis do Estoril ao derrotarem o Luxemburgo por 3-2.
Foi também contra o Luxemburgo que a seleção portuguesa celebrou a primeira vitória na sequência de uma visita, ao superar o conjunto luxemburguês por 5-0 em 1976.
Ao todo, são já 119 as eliminatórias disputadas por Portugal, com um saldo de 50 vitórias e 69 derrotas.
Um olhar aprofundado à meia centena de triunfos revela que 35 aconteceram “em casa” e 15 fora de portas, com a grande maioria das celebrações (40) a acontecer em terra batida.
O investimento na competição tem sido traduzido em vitórias e década após década Portugal registou sempre um aumento de vitórias:
Período | Vitórias (Casa + Fora) |
---|---|
1960-1969 | 1 (1 + 0) |
1970-1979 | 3 (2 + 1) |
1980-1989 | 7 (5 + 2) |
1990-1999 | 10 (5 + 5) |
2000-2009 | 11 (7 + 4) |
2010-2019 | 14 (13 + 1) |
2020-2029 | 4 (2 + 2) |
Se a vitória deste fim de semana, em Schwechat, foi a 50.ª na Taça Davis, a seleção nacional masculina está perto de atingir outra meia centena na competição: a de jogadores chamados a representarem o país, pois Francisco Cabral tornou-se, em março de 2022, no 49.º tenista a vestir as cores de Portugal, 97 anos depois de José de Verda, António Casanovas e Fernando Vasconcelos terem constituído a primeira convocatória.
Já os recordes individuais pertencem cada vez mais a João Sousa: o vimaranense de 34 anos já é o tenista com mais eliminatórias (33), mais vitórias em singulares (30) e mais vitórias no total (41 entre singulares e pares) e em 2024 poderá igualar os 16 anos em que João Cunha e Silva e Nuno Marques representaram a seleção.
Segue-se, em fevereiro de 2024, a quinta participação de Portugal na ronda de acesso à fase final da Taça Davis.
Depois das derrotas contra a Croácia (0-4) em 1994 no Lawn Tennis Clube da Foz, a Alemanha (2-3) em 2017 no Complexo de Ténis do Jamor, o Cazaquistão (1-3) em 2019 em Astana e a República Checa (1-3) em 2023 no Complexo de Ténis da Maia, o sonho continua vivo e a inédita presença na fase final volta a estar a uma vitória de distância.