Em casa, como pretendia, perante um estádio totalmente preenchido e com uma derrota frente a um compatriota: em poucas palavras assim foi o fim da carreira de John Isner, que aos 38 anos pendurou as raquetas na segunda ronda do US Open, o palco maior do país cuja bandeira carregou ao longo de mais de uma década.
3-6, 4-6, 7-6(3), 6-4 e 7-6(7) foram os parciais da vitória de Michael Mmoh (89.º), que salvou match points para igualar, aos 25 anos, o melhor resultado da carreira em torneios do Grand Slam.
No final, o mais novo dos dois norte-americanos pediu aos espetadores do Louis Armstrong Stadium que abdicassem dos aplausos celebrativos para focarem todas as suas atenções na despedida do compatriota tornado adversário, que nos últimos 15 anos escreveu uma carreira digna de reconhecimento.
Detentor do recorde mundial de ases (foram 14.471 no circuito masculino), do serviço mais rápido (253km/h) e vencedor do encontro mais longo da história (11h05 contra Nicolas Mahut em Wimbledon 2010, 70-68 a ser o resultado do quinto e último set), o tenista da Carolina do Norte foi o sucessor de Andy Roddick.
Apesar de nunca ter disposto do mesmo arsenal que o compatriota e de não se ter aproximado da grandeza dos seus feitos, foi o maior embaixador do ténis masculino norte-americano numa época de transição que demorou a encontrar prodígios como os que agora surgem quase como cogumelos em Taylor Fritz, Frances Tiafoe, Tommy Paul, Sebastian Korda, Ben Shelton e muitos outros.
E superou-se, com as maiores conquistas a acontecerem em 2018: a chegada ao oitavo lugar do ranking, o título no ATP Masters 1000 de Miami, as meias-finais em Wimbledon e a participação no ATP Finals, bem como os segundos e últimos quartos de final (o melhor resultado) no US Open.
Ao todo, Isner conquistou 16 títulos de singulares (14 nos Estados Unidos da América), celebrou 489 vitórias ao mais alto nível e tornou-se numa figura de referência no circuito durante década e meia, a cada semana disparando ases e colhendo mais elogios à pancada de serviço que com unanimidade passou a ser descrita com o “a melhor da história” pela facilidade evidente (e sem precedentes) de criar desequilíbrios.
Aos 38 anos, a carreira profissional que terminou depois de uma passagem de sucesso (e exemplar para tantos compatriotas) pela Universidade da Geórgia, até 2007, chegou ao fim.
Ficou por fazer uma última referência à altura que o distinguia dos seus pares: 2.08 metros.