Karolina Muchova esteve a perder por um set contra Aryna Sabalenka numa meia-final pela segunda vez este ano e pela segunda vez recuperou. Primeiro em Roland-Garros, para se estrear em finais de torneios do Grand Slam, e agora em Cincinnati, onde jogará uma inédita final num WTA 1000 — um resultado que desde logo já assegurou a estreia no top 10 mundial a partir de segunda-feira.
Três meses após ter desenhado a melhor quinzena da carreira na terra batida de Paris, a checa repetiu a proeza no piso rápido do estado norte-americano do Ohio. Se na capital francesa teve de inverter uma desvantagem de 2-5 e anular um match point, na noite deste sábado o cenário não foi tão dramático, mas ainda assim foram necessárias três partidas até que ouviu o resultado de 6-7(4), 6-3 e 6-2 ser “cantado” a seu favor.
Com muita habilidade e soluções de várias formas e feitios, Muchova resistiu à maior potência de Sabalenka e aproveitou a incapacidade da bielorrussa em controlar os erros não forçados (foram 50) para construir uma das vitórias mais importantes da carreira.
A checa de 26 anos garantiu não só a primeira final na categoria WTA 1000, como a chegada ao top 10 mundial pela primeira vez, sendo que o live ranking mostra, atualmente, quatro checas nas posições 9 (Marketa Vondrousova), 10, 11 (Petra Kvitova) e 12 (Barbora Krejcikova) — o que significa que, se os Jogos Olímpicos fossem no próximo mês, a 25.ª classificada, Karolina Pliskova, não poderia participar devido ao limite de quatro representantes por país, um reflexo do quão forte está o ténis feminino na República Checa.
Em busca do maior título da carreira (perdeu a final de Roland-Garros para Iga Swiatek), a jogadora natural de Olomouc defrontará uma jogadora na mesma condição: a norte-americana Coco Gauff, responsável precisamente pela eliminação da polaca numa jornada em que caíram as duas primeiras classificadas da hierarquia e na qual as meias-finais se estenderam por quase seis horas.
