PORTO — O italiano Luca Nardi foi quem saiu a sorrir por último do Porto Open mais forte de sempre no circuito masculino, um torneio ao qual não chegou com boas sensações, mas que começou com um treino que acabou por ser mais importante do que à partida poderia pensar e que concluiu com chave de ouro ao demonstrar uma capacidade de observação e, sobretudo, de resistência notáveis para um jovem que no dia da consagração celebrou o 20.º aniversário.
“Hoje foi um dia muito especial para mim porque celebrei o 20.º aniversário e conquistei o título mais importante da minha carreira”, repetiu, já em Itália, através de uma troca de mensagens áudio improvisada que permitiu minimizar os danos da ausência da conferência de imprensa obrigatória para não perder o voo de regresso a casa.
“Vou recordar este dia durante muito tempo”, assegurou Nardi. E não é para menos: para além do aniversário, o Porto Open traduziu-se no quarto e mais importante título Challenger da carreira — por ser o primeiro na categoria 125 — e permitiu-lhe igualar, esta segunda-feira, o melhor ranking (126.º).
Para além disso, foi conquistado em circunstâncias especiais, como o próprio jovem salientou: “Foi muito difícil porque o público estava todo a puxar por ele. Gritavam muito entre todos os pontos e parecia uma eliminatória da Taça Davis, mas eu estava pronto. Ao longo da semana fui assistindo aos encontros do João, por isso estava preparado e tentei não prestar demasiada atenção e manter-me focado.”
Missão idealizada, missão cumprida. Nardi não estremeceu, Nardi não se deixou levar pelos aplausos e gritos dos cerca de 1.200 espetadores que sobrelotaram o court central do Monte Aventino (várias centenas de espetadores ficaram de pé), Nardi manteve-se impávido e sereno.
Um desempenho ainda mais notável se considerada a forma recente do jovem transalpino, que chegou à cidade invicta com três derrotas consecutivas e apenas seis triunfos nos dois meses e meio anteriores.
“Vinha de uns tempos sem boas sensações no court, por isso esta semana foi muito especial”, reconheceu, antes de se desfazer novamente em elogios ao Porto e ao torneio, como aliás já tinha feito numa das conferências de imprensa anteriores: “Adorei a cidade, aproveitámos para conhecer um pouco todas as noites, e o torneio foi muito bom. As pessoas são todas muito simpáticas e foi uma semana muito agradável.”
Pronto para celebrar noite dentro com os familiares, Luca Nardi concluiu as declarações acerca da vitória no Porto Open com um agradecimento a João Sousa “pelas palavras muito simpáticas” que o descreveram como “futuro top 100, possivelmente top 50” e não colocou limites no que poderá alcançar, prometendo: “Vou continuar a trabalhar todos os dias e no futuro veremos qual é o meu limite.”