Pierre-Hugues Herbert espera público “ainda mais difícil” contra João Sousa

PORTO – É o encontro que marca os quartos de final do Porto Open. Pierre-Hugues Herbert e João Sousa são os dois tenistas com maior palmarés da competição e vão discutir um lugar nas meias-finais. Ambos caíram no ranking por conta de problemas físicos e estão os dois a regressar à competição, mas o pedigree é inegável: o francês foi 36.º da hierarquia em singulares (quatro finais) e em pares chegou a ser o melhor do mundo, conquistando 23 títulos, dos quais cinco do Grand Slam (tem os quatro) duas ATP Finals e sete Masters 1000; João Sousa aparece como melhor tenista portugês da história e possui quatro títulos ATP em 12 finais, tendo alcançado o 28.º da tabela profissional masculina.

O duelo podia acontecer numa final de um torneio do ATP Tour, mas será nos quartos de final de um dos maiores torneios Challenger de sempre em solo português. E se Herbert deu um trambolhão no ranking devido a uma escorregadela comprometedora em relva, em 2022, que o atirou para fora dos courts meio ano devido a uma lesão no joelho, João Sousa tem carregado várias lesões nos últimos meses, a última das quais nas costas, e está a competir na invicta dois meses depois do qualifying de Roland-Garros, neste que é o seu primeiro torneio individual no norte do país em dez anos e o segundo na categoria em Portugal desde que explodiu para a ribalta em 2013.

Conhecem-se bem, partilharam o circuito principal vários anos (o francês tem 32 anos, dois a menos que o vimaranense) e mediram forças numa ocasião anterior: no Dubai, também em hard courts, corria o ano de 2018. O embate decorreu na primeira ronda e foi Herbert a impor-se por 4-6, 6-4 e 7-6(8), anulando três match points no tie-break decisivo.

Mais de cinco anos depois, Sousa procura a desforra numa prova que encarou sem qualquer tipo de expetativa. Para tal contará com a preciosa ajuda do público português que compareceu em peso desde a ronda inaugural. Pierre-Hugues Herbert sabe o que o espera e teve um boa amostra na véspera, quando impediu um encontro 100% português ao bater Jaime Faria em 2h31, perante um court secundário sem espaço para mais ninguém assistir.

“Jogo para este tipo de ambientes. Prefiro ser o favorito do público do que estejam todos contra mim. Não foi fácil, mas é bom ter ténis assim. Prefiro jogar contra o público do que não ter ninguém a ver”, disse o francês no rescaldo à reviravolta operada face ao jovem luso de 19 anos, para quem teceu bons elogios, admitindo também que não “esperava ver tanta gente e tanta energia para ele”.

Tudo o que Herbert sentiu será multiplicado esta sexta-feira, ou não fosse João Sousa o favorito local. “Espero ainda um público mais duro”, anteviu o também campeão da Taça Davis, mais do que habituado a ambientes hostis ao longo da sua carreira. “Sei que não serei apoiado, terei de puxar por mim próprio”.

Desta vez o embate terá honras de court central, o que no entender do francês é uma vantagem para Sousa pois será a sua estreia no palco, bem maior. “Espero um bom nível da parte dele. Ganhou dois encontros, o segundo bem facilmente contra um bom jogador. O João é uma grande pessoa e é bom vê-lo nos quartos de final”.

Depois das meias-finais do Indoor Oeiras Open 2, torneios escolhidos para o regresso à competição (atingiu a final de pares na primeira semana), Pierre-Hugues Herbert volta a chegar a uma fase adiantada de uma prova individual em Portugal – esta será somente a terceira vez que jogará quartos de final em 2023. Os elogios ao nosso país foram muitos na conferência de imprensa, sublinhando o quão está a desfrutar de tudo o que Portugal tem para oferecer.

O duelo de Pierre-Hugues Herbert e João Sousa, com o público por trás, será o segundo das 13 horas, também com transmissão em direto na Sport TV.

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