Com teste positivo, Gastão Elias aponta tranquilamente a “brincadeiras interessantes”

Porto Open

PORTO — “Nem muito feliz com as vitórias, nem muito triste com as derrotas”, esta era a escritura de Gastão Elias para o Porto Open, torneio escolhido para o regresso à competição cerca de três meses depois. E se na estreia tinha alcançado um brilharete ao superar o cabeça de cartaz da prova, no segundo duelo da semana cedeu para Jules Marie, um tenista aparentemente mais ao alcance contra o qual a mistura de algumas condicionantes resultou num desfecho bem distinto.

“Sabia que o jogo de hoje seria mais difícil do que o da primeira ronda. Pode parecer estranho, mas de acordo com os diferentes estilos dos jogadores sabia que hoje seria mais complicado. Na primeira ronda tive um adversário muito mais difícil, mas ao mesmo tempo era um adversário que cometia mais erros. O de hoje vinha muito motivado, com muitas vitórias nos últimos 10 dias, acabou de ganhar um torneio, está muito confiante, a cometer muito poucos erros. Ainda para mais, a meu ver, as condições eram muito favorável ao jogo dele. Tudo isso fez com que não conseguisse ter a melhor performance. Mas não deixa de ser um torneio muito positivo, fiz dois encontros, acabei relativamente bem fisicamente, que era o principal objetivo da semana, portanto não me posso queixar”, analisou Gastão Elias na resenha do embate.

As condições de jogo não facilitaram a vida ao antigo 57.º ATP. “Ele é um jogador que vive do erro do adversário e por conta do vento isso fez com que fosse basicamente o que aconteceu o encontro inteiro. Em todos os pontos tinha várias bolas para terminar, tinha várias bolas de ataque, mas por conta do vento não podia jogar muito perto das linhas porque a bola mexia muito no ar e tinha de jogar com muita margem. Isso fazia com que os pontos ficassem intermináveis, e favoreceu-o. Eu gosto de ser agressivo, ir atrás dos winners e hoje tinha de jogar com uma cautela extra que sem vento não tinha de fazer”.

No entanto, como fez questão de frisar várias vezes, o mais importante é “estar bem fisicamente e o teste correu bem”. Por isso, a crença é muita para regressar aos palcos maiores. Os pontos a defender em 2023 são quase nulos e o maior objetivo é agarrar um lugar no Australian Open, para o qual deverá precisar de subir cerca de 100 lugares no ranking.

Apesar do revés recente, a experiência fá-lo ser paciente. “Já levo alguns anos disto e sei como funciona o meu corpo. Não adianta andar com stresses para competir o mais rápido possível, pensar em pontos e ir atrás do prejuízo. Se fizer as coisas com calma, bem planeadas, vou alcançar os resultados que quero”. E é por isso que só voltará a competir em setembro, em primeiro lugar para não sobrecarregar o corpo depois da paragem, depois porque uma semana em agosto para completar um curso na ATP em Nova Iorque lhe complicou as contas de calendário.

A confiança imaculada nas suas capacidade fazem-no sempre acreditar que a má fase é temporária. “Tenho condições para brincadeiras interessantes”. Sempre com tranquilidade.

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