PORTO – Hugo Maia, como muitos outros pós João Monteiro e Nuno Borges, optou por seguir o percurso norte-americano de ténis em vez de ingressar no profissionalismo de imediato. A ano e meio de terminar o curso de gestão na universidade Virginia Tech, o bracarense aproveitou a pausa lectiva para competir em cinco torneios. O objetivo maior era somar pelo menos um ponto ATP, visto que o que tinha anteriormente caducou neste dia 31 de julho, e esse objetivo foi alcançado com êxito: no derradeiro torneio ‘das ‘férias, Maia venceu pela primeira vez um encontro no ATP Challenger Tour, no Porto Open 125, e completou os trabalhos de casa.
Na conferencia de imprensa posterior à derrota na ronda de acesso ao quadro principal frente ao alemão Johannes Haerteis, da qual lamentou, essencialmente, não ter fechado o primeiro parcial no próprio serviço, a 5-4, e salientou a maior experiência do opositor, Hugo Maia não escondeu a felicidade pelo triunfo na véspera e abriu um pouco o livro sobre o verão português, que até começou na Tunísia.
Os resultados não foram os esperados individualmente- além da tal vitória mencionada, o tenista de 22 anos venceu dois duelos na fase de qualificação de uma prova de 15.000 dólares em Monastir, insuficientes para pontuar -, mas a surpresa aconteceu nos pares: final em Castelo Branco, meia-final na semana passada, no Porto Open de 25.000 dólares.
“Nos Estados Unidos não tenho jogado pares, só singulares, mas também sei que com o Manuel Gonçalves pode sempre correr muito bem”. A confiança trazida da cidade albiceleste, e depois a derrota na semifinal para a dupla campeã do dia seguinte neste mesmo palco, no caso em parceira do Tomás Pinho, acabaram por ajudar ao triunfo face a Antoine Hong (332.º ATP).
Prestes a embarcar de volta para os Estados Unidos da América, Hugo Maia não escondeu o sonho do profissionalismo pós estudos, falou da evolução mental desde a chegada ao college, do carinho da universidade pelos portugueses devido, sobretudo, ao pioneiro João Monteiro, e deixou bem patente quem é a maior fonte de inspiração: Nuno Borges. “Abriu as portas a muitos portugueses para acreditar que o percurso nos EUA dá para ser profissional [de ténis]. Ganhámos coragem ao ver o que ele está a fazer e tentamos fazer o mesmo”.