Sem visto para o US Open, Korneeva voltará a Portugal “se houver torneios WTA”

Beatriz Ruivo/FPT

FIGUEIRA DA FOZ – Semana de sonho para a jovem prodígio Alina Korneeva. Somente no 14.º torneio profissional, a tenista de 16 anos superou sete desafios, vinda da fase de qualificação, para erguer o troféu do Figueira da Foz Ladies Open, o terceiro e mais importante título no circuito maior, numa semana na qual também atingiu a final de pares. A subida de mais de 100 lugares na hierarquia WTA permite-lhe ter acesso ao US Open, o primeiro Grand Slam enquanto profissional, mas complicações burocráticas vão adiar a estreia.

Teria de ter o visto pronto em junho”, explicou Korneeva na conferência de imprensa posterior à consagração em court perante centenas de pessoas que encheram o Tennis Club da Figueira da Foz.

O atraso do “sonho secreto” que tinha mencionado aquando da conquista do segundo torneio do Grand Slam de sub 18 da temporada, em Roland-Garros, surgiu porque recentemente deixou de acreditar na entrada no cut, já que os resultados anteriores à chegada a Portugal não foram os adequados para as expetativas. Aliás, o primeiro torneio em solo português também não correu de feição, já que perdeu na segunda ronda do Porto Open para a futura vencedora Kristina Mladenovic.

Sem tempo para lamentações e sempre de sorriso juvenil no rosto, Korneeva sabe que terá “muitos US Open para disputar” e agora o maior foco passa para o Australian Open profissional de janeiro, no qual este ano também triunfou no escalão júnior.

A subida no ranking e o terceiro troféu profissional não seriam possíveis caso não tivesse salvo um match point na ronda inaugural do quadro principal, num duelo em que prevaleceu face a Harriet Dart, segunda cabeça de série e no qual atingiu a maior vitória da carreira em encontros completos. Uma história semelhante à do título de 60.000 dólares, anterior maior, em março, na África do Sul.

A partir daí não perdeu qualquer set e bateu com relatividade facilidade todas as oponentes que enfrentou. O maior exemplo disso foi a final deste domingo, onde precisou apenas de 49 minutos para aplicar uma ‘bicicleta’ a Carole Monnet. “Estou muito feliz com este torneio e com esta final. Joguei muito bem e estive concentrada da primeira à última bola. A chave foi jogar sem emoções não falhar muito para ela não subir o nível”, analisou, sublinhando que realizou a “melhor prestação” da semana.

Talvez não só da semana, visto que a tenista de leste não tem memórias anteriores de tal resultado (6-0 e 6-0) “frente a uma boa jogadora”, isto é, no circuito profissional. Mas apesar de ter voltado a enaltecer que qualquer triunfo entre as maiores é mais difícil de lograr do que qualquer sucesso entre as mais novas, a virtual 219.ª da tabela feminina não escondeu que o sabor deste título de 100.000 dólares não é comparável aos troféus do Grand Slam que conquistou este ano.

Sem celebrações excessivas, até porque o Figueira da Foz Ladies Open não passa “de um torneio normal” e de uma ponte para os futuros grandes palcos, Alina Korneeva não fecha a porta ao regresso a Portugal, mas como a certeza do futuro glorioso é muita, o regresso deverá surgir numa condição: “Ter torneios WTA”.

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