FIGUEIRA DA FOZ — Três vitórias fizeram da campanha no Figueira da Foz Ladies Open uma das melhores e mais importantes da carreira de Francisca Jorge, que saiu do Tennis Club da Figueira da Foz com a confiança redobrada e a estreia nos maiores palcos da modalidade no horizonte.
“Chegar à meia-final foi, sem dúvida, um bom resultado, mas podia ter feito mais. Vinha numa onda positiva de bom ténis e mesmo hoje senti que tive bons pontos e que fiz boas jogadas, mas não tive a consistência dos dias anteriores. Tenho a noção de que foi uma semana positiva e agora preciso de levar este nível e este ténis para as próximas semanas de treino e de competição, para que se torne mais natural assumir os pontos”, disse a melhor tenista portuguesa da atualidade (324.ª) depois da derrota por 6-4 e 6-4 para Carole Monnet (186.ª) na meia-final.
Sobre o encontro que ditou o afastamento da prova, Francisca Jorge reconheceu ter sido “difícil de digerir” pelas condições totalmente distintas em relação aos três anteriores: “Senti desde o início que ia ser duro, porque ela não estava a falhar uma única bola e mostrou-se bastante aguerrida. Parecia que os pontos nunca acabavam e não geri da melhor forma a necessidade de ser mais agressiva e procurar a rede para tomar conta do ponto sem o fazer demasiado cedo.”
“Hoje tinha de ser agressiva, mas paciente ao mesmo tempo. Sabia que tinha de ir para a rede, mas não estava a fazê-lo nas bolas certas e tornou-se duro. Ela também esta nervosa, a bola não estava com muita vida e depois também se torna difícil acelerar uma bola quase morta, por isso foi pesado”, acrescentou a vimaranense de 23 anos antes de concordar que as oportunidades desperdiçadas ao 4-4 (30-0) do primeiro set e ao 4-5 do segundo (teve cinco pontos de break) foram decisivas.
Apesar de cabisbaixa pela derrota recente, Francisca Jorge olhou com motivação para as próximas semanas, que serão primeiro de descanso e depois de competição. Até porque no horizonte tem um objetivo há muito desejado: a estreia em torneios do Grand Slam.
O US Open ficou de fora da equação este sábado, porque só um título na Figueira da Foz lhe daria a possibilidade de disputar o qualifying, mas o caminho para o Australian Open do próximo ano é risonho, até porque poucos pontos terá a defender no que resta da temporada.
Destemida no momento de assumir a viagem à Austrália como o grande objetivo dos próximos meses, a melhor tenista portuguesa da atualidade explicou que, para tal, quer “vencer bastantes encontros e ganhar muitos pontos” e que para isso “os torneios de 25.000 dólares são muito bons.”
Ainda assim, tentará aventurar-se em provas maiores fora de portas caso o ranking lhe dê garantias de entrar nesses torneios, pois como reconheceu “jogar em palcos maiores ainda é sem dúvida um objetivo para 2023.”