João Sousa e Gastão Elias, dois dos melhores tenistas portugueses de sempre, receberam, esta sexta-feira, wild cards para o quadro principal de singulares do Porto Open, torneio do ATP Challenger Tour que a Associação de Ténis do Porto organiza, com os apoios da Federação Portuguesa de Ténis e da Câmara Municipal do Porto, entre os dias 30 de julho e 6 de agosto no Complexo Desportivo do Monte Aventino.
Sem competir desde o final de maio, em Roland-Garros, por causa de uma lesão nas costas que o perturbava desde o início da temporada, João Sousa já tinha expressado, ao longo da última semana, a vontade de jogar o torneio pela primeira vez desde as participações de 2008 e 2009, então como ITF de 10.000 dólares.
Esta sexta-feira, o desejo materializou-se e o vimaranense, atualmente com 34 anos, juntou-se ao elenco daquela que será a terceira edição consecutiva do Porto Open como torneio do ATP Challenger Tour e a mais forte de todas, visto ter sido promovido à categoria 125 — o que o equipara aos Oeiras Open de 2021 e 2023 como um dos três torneios mais importantes do circuito secundário a já terem acontecido em Portugal.
O currículo de João Sousa é, por esta altura, conhecido por todos: melhor tenista português de todos os tempos, o jogador nascido em Guimarães a 30 de março de 1989 chegou ao 28.º lugar do ranking em 2016 e já conquistou quatro títulos ATP entre um total de 12 finais no circuito principal, as duas mais recentes na temporada transata.
O Porto Open será apenas o segundo torneio Challenger que joga em Portugal desde 2013, o ano em que se catapultou deste circuito para o principal depois de assinar uma semana dourada na cidade de que é natural.
Gastão Elias também aposta no Porto Open para regressar ao circuito depois de meses conturbados por uma lesão na perna esquerda.
Aos 32 anos, o jogador da Lourinhã está no 349.º lugar do ranking, tendo perdido mais de uma centena de posições nos últimos meses por causa dos problemas físicos que apenas lhe permitiram participar em oito torneios este ano.
Mas se há palco no Norte do país do qual tem boas memórias, e sobre como regressar aos bons resultados, é o Complexo Desportivo do Monte Aventino: afinal, foi neste local que, em 2020, se sagrou campeão deste mesmo Porto Open, quando ainda era um ITF de 25.000 dólares, para colocar um travão no jejum de três anos respeitante a títulos no circuito internacional.
Ex-número 57 do ranking mundial (continua a ser o segundo português com melhor classificação de sempre), Gastão Elias é o recordista luso de finais (22) e títulos (10) no ATP Challenger Tour, com os três troféus mais recentes a serem erguidos em solo nacional, mais concretamente na terra batida do Complexo de Ténis do Jamor.
João Sousa e Gastão Elias juntaram-se aos compatriotas Frederico Silva (211.º ATP) e Gonçalo Oliveira (278.º e o mais vitorioso de todos os portugueses este ano, com 60 encontros ganhos e 7 troféus ITF) no grupo de jogadores “da casa” com presença assegurada no quadro principal deste Porto Open, que ficou com um wild card para atribuir — e mais quatro para o qualifying, onde para já Henrique Rocha (376.º), João Domingues (522.º), Duarte Vale (529.º), Jaime Faria (545.º) e Daniel Rodrigues (693.º) já têm presenças asseguradas.
O húngaro Marton Fucsovics (56.º) retirou o nome da lista de inscritos, que assim passou a ser liderada por Quentin Halys (66.º).
O francês é um ex-finalista do torneio (perdeu a primeira edição enquanto Challenger para Altug Celikbilek, que revalidou o título no ano seguinte e em 2023 regressa para tentar manter-se imbatível) e está a viver a melhor temporada da carreira, tendo brilhado em Portugal ao atingir pela primeira vez as meias-finais no circuito ATP no Millennium Estoril Open e mais recentemente em Wimbledon, onde inscreveu o nome na terceira ronda.