Em qualquer outro ano a jovem prodígio Mirra Andreeva teria recebido um wild card para o quadro principal de Wimbledon sem margem para hesitação. Mas a situação geopolítica atual, com a invasão da Rússia à Ucrânia, riscou desde cedo essa possibilidade para a tenista de 16 anos, que no entanto não viu nenhum problema em precisar de disputar a fase de qualificação e, um mês depois de ter brilhado em Roland-Garros, repetiu a proeza na relva britânica.
Por Gaspar Ribeiro Lança, em Wimbledon
Menos de 24 horas após ter celebrado a primeira vitória no quadro principal do Grand Slam britânico depois de muito esperar por causa da chuva, a tenista sensação do momento voltou a ter motivos para sorrir ao passar pela checa Barbora Krejcikova, que depois de uma primeira partida equilibrada cedeu a problemas físicos na perna esquerda e desistiu quando já perdia por 6-3 e 4-0.
Com a tarefa facilitada por causa da desistência da adversária, Andreeva estava a fazer o que lhe competia antes de ver antecipado o desfecho do embate: extremamente segura, a russa de 16 anos venceu 75% dos pontos com o primeiro serviço, 90% no segundo e registou 14 winners ao longo dos 60 minutos em que construiu a melhor vitória da carreira em termos de ranking.
As três vitórias nos courts da Universidade de Roehampton, onde ainda acontece o qualifying, e as duas entretanto já somadas no All England Club permitiram a Mirra Andreeva igualar a campanha do último mês em Paris, onde jogou pela primeira vez o quadro principal de um torneio do Grand Slam depois de ter sido vice-campeã do Australian Open de sub 18.
A próxima adversária da mais nova das tenistas presentes no quadro sairá do duelo entre a compatriota Anastasia Potapova (23.ª WTA) e a qualifier eslovena Kaja Juvan (244.ª), que procura a terceira presença consecutiva na terceira eliminatória.