Novak Djokovic ‘vingou’ esta sexta-feira a derrota sofrida no primeiro encontro da carreira com Carlos Alcaraz (há pouco mais de um ano, em Madrid), mas foi num duelo com contornos singulares que voltou a agarrar o passaporte para a final de Roland-Garros. O sérvio beneficiou das mazelas físicas que atormentaram o espanhol no início do terceiro set e que ainda levantaram a hipótese de desistência e seguiu para o último dia de prova com os parciais de 6-3, 5-7, 6-1 e 6-1.
“Teve muito azar, a última coisa que se poderia desejar a este nível são cãibras, nas últimas rondas de um Grand Slam. Espero que ele consiga voltar em breve, disse-lhe à rede que tem muito tempo pela frente e tenho a certeza de que vai ganhar este torneio muitas vezes. É um jogador maravilhoso, além de ser uma grande pessoa. Era difícil saber se deveria desistir ou acabar o encontro da maneira que foi, mas teve bom espírito combativo por ter lutado até ao último ponto”, começou por expressar o número três mundial nas declarações prestadas ainda em court.
Admitiu também que o contratempo físico acabou por surgir num momento crítico da partida, que estava a ser discutido taco a taco: “Estávamos os dois no limite no final do segundo set, não me sentia muito fresco e estava tudo muito equilibrado. Depois apareceram-lhe as cãibras e a partir daí foi tudo diferente, mas não quis pensar demasiado no que lhe estava a acontecer.”
O jogador de Belgrado vincou ainda que a receita esteve numa menor passividade, para evitar que Alcaraz pusesse os planos em marcha: “Tinha de entrar em court para ser mais agressivo, se lhe desse tempo ia tentar destruir-me. Joguei a um bom nível durante set e meio, depois ainda quebrei a nível físico e ele melhorou. Depois aconteceu o que aconteceu no início do terceiro set, foi uma pena, mas ele é jovem e vai voltar ainda mais forte.”
E com um terceiro título de Roland-Garros à espreita, Djokovic sente-se satisfeito com o nível que tem vindo a apresentar em Paris: “Não me sinto surpreendido, queria ter tido este nível ao longo de toda a temporada de terra batida mas era em Roland-Garros que queria atingir o topo e isso está a acontecer no momento ideal.”