Foi com um final pouco iluminado que Carlos Alcaraz pôs termo às aspirações de vencer o título de Roland-Garros, depois de umas meias-finais com Novak Djokovic onde as cãibras acabaram por desempenhar um papel crucial antagónico ao espanhol. Cabisbaixo devido ao contratempo sofrido que o privou de discutir a continuidade do duelo, o líder do ranking não escondeu aquilo que sente no adeus a Paris.
“Custa muito sair de Roland-Garros desta maneira, mas sou um rapaz positivo e tento tirar o lado bom desta experiência de enfrentar Novak nas meias-finais de um torneio do Grand Slam. Devo tentar perceber o que se passou, onde errei e que coisas devo melhorar para a próxima vez. É duro perder assim”, iniciou Alcaraz em conferência de imprensa.
A jovem estrela de Múrcia pormenorizou as mazelas sentidas logo no arranque do terceiro set, que não afetaram uma região isolada do corpo: “Tornou-se complicado gerir as dores que iam aparecendo, primeiro era na mão, depois nas pernas e no final já era no corpo todo. Sei que o ritmo do encontro e a exigência dos primeiros sets passaram fatura, mas tenho de treinar mais e levar o melhor deste encontro, que vai ficar na minha cabeça para os próximos torneios, onde espero controlar melhor do que hoje.”
Destinado a alcançar a primeira final de Roland-Garros, Alcaraz confessou que foi sentindo um maior aperto no decorrer dos acontecimentos. E isso veio a contribuir para a ineficácia: “Não me senti diferente, estava igual aos outros dias. Talvez um pouco mais nervoso, ia jogar umas meias-finais de Grand Slam contra Novak, mas nada fora do comum. Foi uma questão mais mental, entrei mais nervoso e não soube relaxar para tirar essa tensão. Novak puxou por mim ao máximo, levou-me ao limite e se não desaparece a tensão existe o risco de acabar da maneira que foi.”
Questionado sobre o porquê de se ter auto-superado para se manter em ação até ao último ponto, Alcaraz foi terminante: “Era uma meia-final de um Grand Slam, ter-me-ia custado muito mais se tivesse desistido. Tentei aguentar o máximo possível e encontrar soluções. Sabia que tinha 1% de possibilidades, mas quis agarrar-me a elas.”