Dois dias depois de ter abdicado pela primeira vez de uma conferência de imprensa em Roland-Garros, Aryna Sabalenka voltou a fazê-lo. E, uma vez mais, contou com a permissão da organização do Grand Slam francês, que fechou os olhos à habitual (e pesada) penalização financeira e voltou a levar a cabo uma sessão controlada de perguntas.
Desta vez, ao contrário do que aconteceu na ocasião anterior, quando nada disse aos jornalistas e simplesmente disponibilizou uma transcrição que dava a entender que a bielorrussa tinha feito uma conferência de imprensa, quando na verdade apenas falou com elementos das equipas de comunicação do torneio e do circuito feminino, a organização explicou-o de antemão: “Aryna Sabalenka não vai fazer uma conferência de imprensa geral esta noite. Será feita uma entrevista com uma repórter da WTA que será disponibilizada à imprensa.”
Na sexta-feira, Sabalenka alegara que a decisão tinha sido tomada após a conferência de imprensa que se seguiu à segunda ronda, na quarta-feira, porque deixara de se seguir segura durante a conversa com os jornalistas.
“Pela minha saúde mental e bem-estar, decidi evitar esta situação hoje e o torneio apoiou-me. Não têm sido dias fáceis e agora o meu foco está em continuar a jogar bem aqui em Paris”, explicou então.
Este domingo a bielorrussa já não se pronunciou, mas a decisão poderá ter estado relacionada com o facto de, nos quartos de final, a número dois mundial ter encontro marcado com a ucraniana Elina Svitolina.
Em Roland-Garros, Aryna Sabalenka abriu a campanha a derrotar a também ucraniana Marta Kostyuk, que no final desse duelo foi assobiada pelo público por evitar o cumprimento à rede. A conferência de imprensa relativa ao frente a frente foi relativamente serena, mas depois de superar a segunda ronda a tenista foi confrontada por um jornalista ucraniano que lhe pediu que condenasse pessoalmente a invasão da Rússia que é apoiada pela Bielorrússia.
Habitualmente, os torneios do Grand Slam multam os jogadores em valores entre os 10.000 e os 20.000 euros quando estes abdicam das conferências de imprensa, que são obrigatórias. No entanto, quer na sexta-feira, quer neste domingo a organização de Roland-Garros decidiu compactuar com a decisão de Aryna Sabalenka uma vez que a bielorrussa se mostrou disponível para responder a perguntas previamente acordadas, isto é, que fugiam ao tópico da guerra.