PARIS — Aryna Sabalenka abdicou da conferência de imprensa obrigatória após vencer o encontro da terceira ronda em Roland-Garros, uma decisão tomada dois dias depois de ter sido questionada sobre a Guerra na Ucrânia e que levou a organização do ‘Major’ francês a levar a cabo uma sessão de perguntas e respostas com elementos das equipas de comunicação da WTA e do torneio que depois foi disponibilizada ao resto da imprensa.
“Há vários meses que respondo a questões como estas durante os torneios e tenho sido muito clara em relação à minha opinião e aos meus sentimentos. Estas perguntas não me incomodam, sei que tenho de dar respostas aos jornalistas sobre coisas que não estão relacionadas com o ténis ou com os meus encontros, mas na quarta-feira não me senti segura na conferência de imprensa e devo sentir-me segura quando dou entrevistas”, explicou a tenista bielorrussa quando o moderador lhe pediu que contextualizasse a decisão.
“Pela minha saúde mental e bem-estar, decidi evitar esta situação hoje e o torneio apoiou-me. Não têm sido dias fáceis e agora o meu foco está em continuar a jogar bem aqui em Paris”, acrescentou a tenista bielorrussa.
A decisão de Aryna Sabalenka, que esta sexta-feira superou a russa Kamilla Rakhimova por 6-2 e 6-2, surgiu na sequência do que aconteceu após a vitória anterior, quando um jornalista ucraniano lhe pedir que condenasse pessoalmente a guerra na Ucrânia. O episódio está ligado ao que afirmou a ucranina Marta Kostyuk, que depois de perder na primeira ronda com a bielorrussa (e de ser assobiada) acusou a número dois mundial de nunca falar pessoalmente sobre este assunto.
Habitualmente, os tenistas enfrentam multas pesadas, na casa dos 20.000 euros, por falharem conferências de imprensa em torneios do Grand Slam. No entanto, o facto da bielorrussa se ter mostrado disponível a responder a questões controladas sobre assuntos que não a Guerra na Ucrânia poderá pesar junto da organização que, no fundo, lhe possibilitou essa solução.
