Gael Monfils fez o que parecia impossível ao recuperar de 0-4 e 4-5* no quinto set para derrotar Sebastian Baez na primeira ronda de Roland-Garros em pleno Court Philippe-Chatrier, onde apesar da qualidade de jogo não ter sido estratosférica o ambiente vivido ficará para a história. E foi por isso mesmo que, já para lá da 1h30 da manhã em Paris, entrou na maior sala de conferências de imprensa do complexo e o classificou como um dos dois encontros mais inesquecíveis da carreira.
“Este encontro está definitivamente no top 2 da minha carreira. Vivi um ambiente parecido há uns anos [2015] contra o Pablo Cuevas no Court Suzanne-Lenglen, mas este tem outro sabor. Estou mais velho e a possibilidade de ganhar o encontro era mais reduzida, por isso está sem dúvida no meu top 2, senão mesmo no topo”, desabafou depois de agarrar a última vaga para a segunda ronda — com história à mistura.
“Adorei, foi fenomenal. Não estava nada, nada à espera de conseguir dar a volta, mas fiz as escolhas acertadas. O que eu fiz foi muito corajoso. Desisti do quarto set porque estava morto e muitas pessoas perguntaram-se ‘mas porque é que não fazes nada?’, só que eu não conseguia. Disse ao meu treinador que precisava de 10 minutos. Na verdade, de 25. Podem achar que foi parvo, mas mantive-me calmo e sereno, o que não é habitual e em Roland-Garros em particular não é fácil mentalmente, e disse a mim próprio que ia recuperar e dar cabo dele no quinto set. Pensando nisto sou completamente doido, mas garanto-vos que era o que estava a dizer a mim próprio. Sabia que se perdesse o quarto set por 6-4 ia levar 6-1 no quinto”, acrescentou.
Sem hesitar, Monfils descreveu a batalha de contornos épicos como “um filme” e reconheceu que terá hipóteses muito limitadas na segunda ronda, quando defrontar o mais novo e em melhor forma Holger Rune. “Espero ter uma boa noite de sono e amanhã vou fazer tudo o que tiver de fazer para recuperar e estar pronto na quinta-feira.”