PARIS — Thiago Wild assinou uma das maiores surpresas da edição de 2023 de Roland-Garros ao eliminar Daniil Medvedev na primeira ronda e foi perante uma sala cheia que optou por desviar-se da questão sobre as acusações de violência doméstica que foram denunciadas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro no último verão e, quase um ano depois, ainda não conheceram desfecho.
“Acho que não é um assunto do qual devamos falar aqui. Não é uma pergunta que devas fazer a ninguém. E não acho que devas ser tu a decidir se este é ou não um local no qual se deve falar disso”, respondeu o brasileiro de 23 anos depois de fazer contacto visual com o assessor da ATP, que com um aceno lhe deu a entender que a pergunta não seria travada.
Esta foi, na verdade, a única resposta curta e fria de Wild, que de resto respondeu de sorriso na cara às várias questões que lhe foram colocadas, primeiro em ingluês (que fala fluentemente) e depois em português.
O jornalista ainda se defendeu, afirmando que as acusações são do conhecimento público e por isso gostaria de tratar a história de forma justa, mas só mereceu mais um curto comentário do número 172 mundial: “Podes escrever o que quiseres. E, já agora, eu nunca fui casado, okay? Por isso deixa isso de fora.”
A denúncia do Ministério Público do Rio de Janeiro (que ainda não conheceu um desfecho) foi tornada pública a 17 de junho de 2022, mais de dois anos depois de Thiago Wild alegadamente ter agredido a ex-namorada Thayane Lima: “No dia 8 de maio de 2020, […] o denunciado Thiago Wild consciente e voluntariamente praticou vias de fato em face de sua ex-companheira/vítima ao apertar abruptamente o dedo desta. Em seu agir, o denunciado, valendo-se do facto da vítima ser sua dependente financeira, humilhava e ridicularizava sua companheira perante familiares e amigos chamando-a de incapaz, louca, lixo, piranha, puta barata, fiscalizava as suas redes sociais determinando que postagens poderiam ser mantidas e ressaltava com seus amigos que traía constantemente a vítima”, escreveu o UOL.
