Francisco Cabral e Rafael Matos foram bem sucedidos no primeiro desafio lado a lado em torneios do Grand Slam e apuraram-se para a segunda ronda do quadro de pares de Roland-Garros no final da manhã desta terça-feira. Naturalmente satisfeito, e de certa forma aliviado por finalmente ter ido a jogo no torneio do Grand Slam que lhe faltava, o português fez uma análise positiva à estreia em Paris e explicou que a parceria com o brasileiro é para durar.
“A minha primeira reação [à vitória] é muito positiva. Estivemos muito, muito bem em termos de atitude e de energia, puxámos um pelo outro e mesmo quando um foi um pouco abaixo o outro esteve lá para o ajudar”, afirmou o número um português da especialidade após a vitória por 7-6(4) e 7-6(5) contra os campeões em título do Australian Open, Rinky Hijikata e Jason Kubler.
“Da minha parte comecei nervoso, ainda agora estávamos a falar sobre isso no balneário. Estava tenso e à procura das sensações ideais durante os primeiros quatro jogos, mas ele ajudou-me e com o desenrolar do encontro melhorámos e acabámos por fazer um bom jogo. Estou muito contente pela primeira vitória aqui em Roland-Garros”, acrescentou Cabral.
Já Matos, destacou a forma como a dupla luso-brasileira se agarrou ao duelo: “Tivemos um break de vantagem no primeiro set e várias oportunidades no segundo, por isso foi importante chegarmos aos tie-breaks e conseguirmos manter-nos lá em cima.”
Roland-Garros acabou por ser o último dos quatro torneios do Grand Slam em que Francisco Cabral cumpriu a estreia, mas podia ter sido o primeiro: há um ano ficou ‘pendurado’ depois de Holger Rune desistir em cima da hora: “Antes do jogo brincámos com isso porque no ano passado eu soube que não ia jogar quando faltavam 12 minutos, então hoje quando passou para o minuto 11 o Rafa mostrou-me o relógio e disse ‘este ano vamos jogar'”, contou entre sorrisos. “Claro que no ano passado fiquei triste, mas depois consegui jogar e até ganhar em Wimbledon, portanto os pensamentos negativos passaram rapidamente. Agora estou muito contente por estar aqui.”
Com “uma muito boa relação dentro e fora do campo que se traduziu na energia que colocámos dentro do encontro de hoje”, Cabral e Matos anunciaram inicialmente o Challenger de 175 de Bordéus, o ATP 250 de Lyon e Roland-Garros, mas já têm mais desafios agendados lado a lado: “Na próxima semana estamos inscritos num Challenger que esperamos não jogar [por ficarem em Roland-Garros] e depois já estamos num ATP em relva na semana seguinte. O plano é continuarmos porque acredito no nosso potencial, sei que ele também e nos pares nem sempre os resultados são imediatos porque eu preciso de conhecer os momentos dele e ele os meus. Somos novos, ambiciosos, trabalhamos bem, damo-nos bem e estamos em forma, portanto a longo prazo podemos ser uma dupla muito perigosa.”
Já o brasileiro, que recentemente concluiu a parceria com o espanhol David Vega Hernandez, explicou que a ligação anterior “já não estava a funcionar e por isso era hora de mudar. [Eu e o Francisco] já nos conhecíamos bem desde o ano passado e eu gosto do estilo de jogo dele, que é um jogador bem completo, por isso fiz-lhe o convite.”