OEIRAS — De um lado Aleksandar Vukic, do outro Facundo Diaz Acosta, no horizonte o troféu de campeão do Oeiras Open 4 e em comum as nove vitórias consecutivas com que cada um chega à decisão do quarto torneio do ATP Challenger Tour a acontecer em Portugal esta época: o australiano e o argentino já não conhecem o sabor da derrota há vários dias, mas só um deles conseguirá chegar a Paris com uma dezena de triunfos em outros tantos encontros. E tudo se decide a partir das 11 horas de sábado no histórico Court Central do Jamor.
“Estou muito, muito feliz por ter ganho hoje. Foi um encontro muito complicado porque ele é bom jogador e estava a causar-me muitos problemas. Quando consegue construir o ponto tem uma direita muito perigosa que é difícil contrariar, por isso tentei sobreviver à tempestada e no final estou muito feliz por poder jogar mais uma final”, afirmou Vukic, de sorriso estampado no rosto, após superar Felipe Meligeni Alves por 5-7, 6-4 e 6-4 na primeira meia-final do dia.
O australiano de 27 anos chegou a Lisboa vindo de Busan, cidade da Coreia do Sul na qual menos de 48 horas antes conquistara um título Challenger, por isso já são nove os triunfos consecutivos e a esses ainda junta os quatro que registou um par de semanas antes a caminho de outra decisão (que perdeu) em Seul, no mesmo país.
Com o português Nuno Lencastre na sua equipa técnica desde o início dessa viagem, tinha objetivos claros, mas ambiciosos que se foram aproximando da realidade, o triunfo desta sexta-feira a adicionar duas cerejas a um bolo cada vez maior: não só garantiu a estreia no top 100 mundial como a entrada direta no quadro principal de um torneio do Grand Slam pela primeira vez em Wimbledon.
“Sabia que havia a possibilidade de chegar ao top 100 mesmo que perdesse hoje, mas ficaria alguns lugares fora do cut para Wimbledon, por isso o meu principal objetivo era assegurar a entrada no quadro principal. Se alguém me dissesse há quatro semanas que o dia conseguir… para ser sincero, acho que lhe responderia que não era verdade”, comentou com mais um grande sorriso estampado no rosto.
O que Vukic conseguiu, Diaz Acosta ainda aspira alcançar, mas também para o jovem argentino estes são tempos de novos voos: aos 22 anos, prepara-se para completar o ‘Grand Slam de participações’ em fases de qualificação — será mesmo um dos cabeças de série no qualifying de Roland-Garros — ao ir a jogo na única prova que acontece na sua superfície de eleição.
E a campanha em Oeiras, que acontece numa semana em que tinha muitos pontos a defender (foi exatamente há um ano que conquistou o primeiro título Challenger da carreira) e depois de ter ganho um torneio em Savannah, nos EUA, deixa-o numa boa posição para apontar ao melhor ranking da carreira nos próximos tempos e, por consequência, à estreia no top 100.
“O meu foco é competir bem e estar forte mentalmente porque depois os pontos acabam por aparecer e o ranking por melhorar, mas claro que o top 100 é um objetivo de todos os jogadores. Esta semana tinha alguma pressão por causa dos pontos que conquistei há um ano, mas procuro focar-me nos pontos que ganho este ano, porque são esses que vão fazer a diferença daqui para a frente”, explicou o jovem de Buenos Aires.
Já sobre o triunfo por 7-6 (9) e 6-2 frente ao norte-americano Nicolas Moreno de Alboran (207.º) na segunda meia-final, Diaz Acosta destacou as difíceis condições em que se desenrolou o duelo: “Hoje estava muito vento e ele jogou muito bem, por isso foi um dia difícil. Mas estive bem mentalmente e estou muito feliz com isso. No primeiro set tive alguma sorte no tie-break e depois tentei logo fazer a diferença no início do segundo porque sabia que ele ia passar pior pelas oportunidades que desperdiçou no tie-break.”
Com nove vitórias nos respetivos bolsos, quer Vukic, quer Diaz Acosta admitiram não conhecer-se muito bem, preferindo apostar na “confiança” e “boa forma” que têm vindo a apresentar para, aliadas às notas tiradas pelos respetivos treinadores, prepararem o derradeiro duelo no Jamor.
A final do Oeiras Open 4 acontecerá às 11 horas, terá transmissão em direto na Sport TV e decidirá qual deles chegará a Paris com 10 triunfos consecutivos em vésperas do qualifying de Roland-Garros. Uma coisa é certa: chegarão ambos muito felizes à capital francesa.