OEIRAS — Depois de competir durante três meses consecutivos nos Estados Unidos da América, o australiano Aleksandar Vukic atravessou o Oceano Pacífico e viu a aposta ser recompensada com uma final e um título no ATP Challenger Tour, prestações às quais se seguiu uma rápida viagem que o aproximou de uma volta ao mundo em poucas semanas e que resultou em nova campanha de sucesso, desta vez no Jamor. Apurado para as meias-finais do Oeiras Open 4, ficou então a saber-se que as recentes campanhas têm sido desenhadas com o apoio do treinador português Nuno Lencastre.
“Conhecemo-nos em Barcelona, quando eu lá estive durante seis meses depois de terminar o secundário. Curiosamente foi com ele que conquistei o meu primeiro ponto ATP e recentemente adicionei-o à minha equipa e estivemos juntos na Coreia do Sul, onde fiz uma final e ganhei um torneio, por isso continuamos a criar boas memórias juntos”, explicou na conferência de imprensa após celebrar a terceira vitória em solo português, a que chegou depois de uma longa viagem de carro e dois voos que ligaram Busan a Lisboa.
“Adoro a maneira de ser dos portugueses, com aquela paixão latina, e com o Nuno consigo sentir um pouco da cultura portuguesa, que é algo que me agrada porque a minha ascendência é europeia, então gosto de misturar as duas culturas. E também é bom poder falar de futebol”, acrescentou Vukic, filho de pais montenegrinos que nasceu em Sydney, passou por Barcelona e estudou no Illinois antes de regressar ‘a casa’, na Austrália.
O trabalho com Nuno Lencastre é recente e acontece em simultâneo com o que Vukic desenvolve com Jay Gooding, o seu treinador há um ano e meio. Mas a ideia do australiano passa por conciliar o trabalho com os dois técnicos, até porque as suas ambições para 2023 são altas: “Sei que com a vitória de hoje estou a 100, mas ainda há outros jogadores em competição por isso ainda não está garantido. Chegar ao top 100 é obviamente um grande objetivo e para além disso também estou a tentar obter a entrada direta no quadro principal de Wimbledon.”
Estas são, por isso, semanas de elevada pressão e a ‘corrida a Londres’ foi mesmo o principal fator para optar pela ida a jogo em Oeiras cerca de 48 horas após ter ganho um torneio do outro lado do mundo — uma decisão para a qual teve influência o conhecimento de Lencastre e que está obviamente a dar frutos.
Mas e as pernas, como estão? “Estão bem, sendo sincero. A minha equipa tem-me perguntado como é que me sinto e eu continuo a dizer-lhes que estou bem. Estou surpreendido porque levanto-me da cama de manhã à espera de cair e na verdade está tudo bem. Sabendo que neste momento está muito em jogo para mim torna-se muito mais fácil levantar-me, porque sempre sonhei com este tipo de objetivos”, explicou.
Assim, não o assusta pensar em mais dois encontros antes de fazer nova viagem em cima da hora para chegar a Paris e jogar o qualifying de Roland-Garros: “Não tenho nada a perder, por isso vou dar o meu melhor. Esta é uma ótima preparação e sem dúvida que prefiro estar cansado e ter uma boa série de vitórias do que estar fresco e não ter ganho muitos encontros ultimamente“, atirou após colocar-se a dois passos de erguer o primeiro título sobre terra batida.