Pedro Sousa: “A minha vontade é ainda ir ao CIF, mas tenho de sentir que mereço estar lá”

OEIRAS — Foi com uma exibição algo apagada que Pedro Sousa (362.º) disputou esta terça-feira o último encontro enquanto profissional no Complexo de Ténis do Jamor. O lisboeta não foi além do teste de estreia no Oeiras Open 4, torneio onde estabelecera terminar a carreira, mas deixou ainda em aberto a possibilidade de fazer uma derradeira despedida no Lisboa Belém Open, no próximo mês de setembro.

Numa primeira abordagem à derrota sofrida por 6-2 e 7-6 (4) frente ao norte-americano Ulises Blanch (354.º), o lisboeta de 34 anos confessou que nada correu conforme o desejado: “Foi um encontro meio estranho hoje, foi uma hora e 20 minutos de sofrimento e de desconforto. Infelizmente não me consegui preparar da melhor maneira para estar pronto para estas condições e acabei por não fazer um grande jogo, mas ele também teve mérito.”

Sem apontar debilidades físicas, adiantou que o problema hoje pertenceu ao foro psicológico, onde a falta de foco foi preponderante: “Estive a treinar bem, estou bem fisicamente. Foi mais uma questão mental, com todo o contexto que estava à minha volta hoje. A minha cabeça estava a disparar em todas as direções menos para o que era importante, que era o jogo em si.”

E porque não anunciou um adeus definitivo ao percurso de jogador profissional, Pedro Sousa voltou a vincar o desejo de pendurar as raquetas em casa. Mas para tal se concretizar, uma série de fatores terão de se alinhar: “É essa a minha vontade, ir ao CIF ainda. Mas ainda falta muito tempo, o meu objetivo seria fazer aí o meu último jogo. Tenho compromissos em julho e agosto, vou jogar em equipas. Quando os terminar, se ainda me sentir com vontade de continuar a treinar vou tentar chegar ao CIF em forma, senão também não vale a pena. Se o que tiver a fazer da vida me permitir, gostava de fazer no CIF a minha última semana.”

Terminar a carreira com um título de campeão nas mãos não é algo que se enquadre no desejo do português, mas o estado físico daqui a quatro meses terá um papel determinante na sua decisão: “A questão não é ganhar ou perder, mas tenho de me sentir bem para saber que mereço minimamente estar lá e tirar o wild card a alguém. Também não faz muito sentido ir só fazer número. Não digo que quero ir para ganhar o torneio, mas quero ter as mínimas condições para ser competitivo.”

Abordando ainda o atual panorama do ténis nacional, com João Sousa e Gastão Elias em decrescendo no ranking, Pedro Sousa expressou: “Acredito que tanto um como o outro ainda possam voltar a subir no ranking e ao lugar onde têm nível para estar. Se assim não for, já deram o suficiente ao ténis português. Fomos das melhores gerações que tivemos, mas depois virão outras. Não sei se será o fim, mas espero que ainda continuem mais uns anos porque têm muita qualidade.”

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