OEIRAS — Foram os três primeiros portugueses chamados à ação na jornada inaugural do quarto evento Challenger do Oeiras Open, mas nenhum deles conseguiu ‘agarrar’ a vitória: Henrique Rocha, Jaime Faria e Pedro Araújo viram este domingo cair por terra as aspirações de aproximação ao quadro principal e em jeito de balanço apontaram em discurso direto aquilo que correu menos bem.
Com honras de estrear o Court Central do Complexo de Ténis do Jamor, Henrique Rocha não esteve à altura para surpreender Benjamin Hassan, com quem perdeu por 6-4 e 7-5. Cabisbaixo, o jovem maiato lamentou as oportunidades perdidas: “Estou triste, não joguei um grande jogo. Principalmente ali no primeiro set tive algumas oportunidades, mas no segundo estive um bocadinho por baixo. Poderia ter feito um bocadinho mais, tive muitos break points que não aproveitei e foi nos detalhes que fez a diferença.”
Com várias chances de break goradas (onze, ao longo do encontro), Rocha não escondeu a crença de que tudo poderia ter sido diferente com um grau mais elevado de concretização: “Aqueles break points poderiam ter feito a diferença para passar para a frente. Mas nunca consegui entrar muito bem, não estava com boas sensações e estava um bocadinho de vento. Não consegui estar a 100%. Foi um jogo de muitos erros não forçados e foi isso que fez a diferença.”
Logo depois, a pasta passou para Jaime Faria, mas o desfecho foi igualmente negativo: o atleta de Cascais esteve a liderar de forma confortável diante de Daniel Michalski, mas a despedida fez-se através de uma reviravolta sofrida por 1-6, 6-3 e 6-3. Inconformado, confessou que não conseguiu gerir o ritmo muito devido ao desgaste físico: “Entrei muito bem, tive um primeiro set muito limpo, a jogar um bom ténis. Depois perdi um bocadinho a intensidade, comecei a servir um bocadinho pior e no terceiro set estava mais cansado, até cheguei a ter cãibras.”
De olhos postos no futuro mas ainda com o desejo de competir nos pares do Oeiras Open, Faria vai regressar ao patamar inferior antes de uma aguardada participação a nível Challenger na cidade invicta: “Tenho vários torneios agora pela frente, depois duas semanas de treino e três torneios de 25 mil dólares em Espanha. É bom para ir ganhando nível e ter confiança para chegar ao Challenger do Porto. É tudo o que quero fazer, fazer jogos, jogar bem e ganhar nível.”
E salientou ainda que os pontos que defende com a conquista do ITF de 15.000 dólares de Castelo Branco no ano passado não lhe trazem uma fonte adicional de pressão: “Não é defender pontos, são pontos que ganhei no ano passado e este ano vou perder esses e ganhar outros. Depende da forma como eu olho, é um bom problema porque significa que ganhei um título. Vamos ver como vou estar a jogar nessa altura.”
Último português a sair de cena com poucos motivos para sorrir – ainda antes de Daniel Rodrigues ter anotado o primeiro triunfo da casa -, Pedro Araújo não teve o antídoto certo para domar Nino Serdarusic, tendo vindo a ceder por 6-4 e 6-3: “Falhei muitos primeiros serviços e isso teve alguma relevância no resultado. No primeiro set houve muitas trocas de break, sinto que tendo posto mais primeiros serviços dentro poderia ter sido diferente. Tive dois breaks quer no primeiro, quer no segundo set. Custa sempre um bocadinho mais, mas nenhum dos dois estava a conseguir meter muitos primeiros serviços.”
Questionado acerca de um fim de ciclo após a rutura do vínculo com o técnico Jaime Caldeira, o lisboeta expressou que numa fase de transição lhe falta escutar uma outra voz: “Foi uma ligação bastante marcante e longa na minha carreira. As coisas nos últimos meses não estavam a funcionar da melhor maneira, havia algumas discordâncias em relação ao que deveria ser o processo de treino e acabámos por tomar esta decisão. Estou bastante otimista em relação ao futuro, vai ser bom ouvir uma nova voz. Sinto-me a treinar bem, mas estou com pouca confiança e não estou a conseguir trazer as sensações dos treinos para os jogos.”
