O regresso de João Sousa ao circuito secundário esteve longe de ser positivo e dias após concluir de forma precoce a passagem pelo Oeiras Open 125, que simbolizou o seu primeiro Challenger em Portugal desde 2013, defendeu que o futuro do ténis nacional está em boas mãos. Em declarações à agência Lusa, o vimaranense expressou ainda que não se sente pressionado pela ‘concorrência’ de Nuno Borges, pois o foco está centrado num regresso à ribalta.
Ciente do contributo que deu ao ténis português, o agora número dois nacional acredita que o caminho foi desbravado não só por si, mas também por outros nomes: “Os miúdos perceberam que se pode estar lá em cima. Acho que fiz o meu papel nesse sentido, como outros anteriormente fizeram, como Nuno Marques, Frederico Gil ou Rui Machado. Fico contente por perceber que os miúdos também querem seguir os meus passos, é bom saber que querem ser profissionais de ténis.”
Aos 34 anos, não quer ainda falar numa sucessão no panorama do ténis português. Contudo, vê Nuno Borges como um nome à altura para passar o testemunho: “Não gosto de falar de sucessões, mas acho que o Nuno tem vindo a fazer uma campanha muito boa e desejo-lhe o melhor. É um grandíssimo jogador, não tem de fazer comparações comigo nem com outros jogadores do passado. Cada um segue o seu caminho, ele está a 79 do mundo e isso denota o trabalho que tem vindo a fazer.”
“É ótimo ver que há outros portugueses no top 100, a alcançar grandes feitos. Eu tenho a minha carreira, independentemente se estou a número um, dois ou três nacional, é indiferente. Penso em mim, mas desejo o melhor para os outros. Tento focar-me em mim e em tentar voltar onde quero estar”, frisou o antigo número 28 do ranking mundial, agora na 157.ª posição.
“A Federação Portuguesa de Ténis está a fazer um bom trabalho, temos jovens com muito talento. O Jaime Faria passou o qualifying [no Oeiras Open], o Henrique Rocha demonstrou no Estoril Open que também pode fazer grandes jogos e acho que temos um futuro promissor”, destacou, numa alusão a dois atletas do Centro de Alto Rendimento.
João Sousa não esqueceu ainda o motor que o impediu de pendurar as raquetas: o calor do público português que, garantiu, desempenhar um papel preponderante na sua carreira: “Também é muito por isso que eu ainda jogo ténis, senão quando tive a lesão em 2019 se calhar já não jogaria. Ganhei um torneio em Pune e recebi milhares de mensagens, e isso incentiva a continuar a jogar. São esses momentos que marcam e que dão força para continuar, o público português é incrível e tem-me dado muita força.”