Pedro Sousa sobre a decisão de terminar a carreira: “Só pensava no que ia dizer às pessoas, mas já tirei esse peso”

Daniel Baltazar Basto / Raquetc

ESTORIL — Um dia depois de ter comovido o público ao anunciar os planos de retirada, Pedro Sousa (467.º) pospôs a despedida no Millennium Estoril Open com a confirmação da quinta e derradeira presença no quadro principal. O português explicou que não viveu 24 horas fáceis após tornar pública a decisão de terminar a carreira, mas garantiu que o foco ainda se mantém no torneio.

“Estou bastante contente, era o objetivo. Ontem foi um dia duro e sabia que se hoje estivesse bem ia ter hipóteses. Consegui fazer um jogo bem melhor do que o de ontem, estive bem. Estavam condições muito rápidas, com a bola a saltar muito, mas felizmente consegui ser mais consistente do que ele”, começou por enaltecer logo após o triunfo por 6-4 e 6-4 aplicado ao cazaque Timofey Skatov (155.º).

A pressão de comunicar o fim de linha enquanto profissional era grande e admitiu que agora se sente mais liberto: “Durante o jogo só pensava no que é que ia dizer às pessoas, como é que ia ser. Aliviou-me um bocado já ter resolvido isso e é capaz de me ter tirado esse peso. Hoje foi melhor e vamos ver como é que corre.”

Com a certeza de que o nível ainda está lá, o jogador lisboeta declarou que os sinais apresentados durante os treinos asseveram que a confiança está correlacionada com o ritmo competitivo: “Tenho treinado praticamente sempre, nunca parei. Sinto-me bem e sei que o nível ainda está lá e que posso discutir os jogos. Quanto mais ritmo tiver mais confiança terei e isso notou-se dei ontem para hoje. O nível agora vai subir e vamos ver como vou reagir a isso.”

Decidido a encerrar este capítulo da sua vida aos 34 anos, Sousa garantiu que não tem arrependimentos: “Tem mais a ver com os objetivos que quero e com o contexto familiar em que estou agora, ter disponibilidade física e mental para o nível que quero jogar neste momento é completamente impossível e apesar de ser a decisão mais dura da minha carreira, quando meto na balança o outro lado torna-se mais fácil.”

Ressalvando que a despedida poderá ocorrer tanto no primeiro como no segundo evento agendado do Oeiras Open (Challenger 125 daqui a duas semanas e Challenger 75 na terceira semana de maio), Pedro Sousa acredita que o mais sensato é não esperar pelo adeus em casa, no Lisboa Belém Open: “Gostava muito de terminar no CIF, era perfeito mas como profissional fica melhor terminar em Oeiras.”

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