FARO — Henrique Rocha viveu uma semana de sonho em Vila Real de Santo António e conquistou o primeiro título da carreira no circuito profissional ao somar sete vitórias em sete dias consecutivos, uma campanha que surpreendeu o próprio tenista maiato de apenas 18 anos, que se tornou num dos mais jovens portugueses a vencer um torneio pontuável para o ranking ATP.
Em declarações ao Raquetc um dia depois da conquista, e já em Faro para preparar o torneio desta semana, o mais recente campeão de uma prova ITF começou por revelar uma ligeira surpresa: “Hoje já consigo pensar um bocadinho melhor”, revelou entre sorrisos. “Estou muito contente. Sinto que ontem subi um pequeno degrau ao ganhar o torneio, mas mais importante do que isso foi o nível que consegui manter durante todos os encontros. Fiquei até um pouco surpreendido comigo mesmo porque não sabia que era capaz de manter um bom nível ao cabo de sete dias e sete encontros consecutivos.”
Como chave para o sucesso, Rocha destacou “o trabalho que ando a fazer já há alguns anos com a equipa do Centro de Alto Rendimento da Federação Portuguesa de Ténis”.
“Tenho sentido uma grande evolução em termos de trabalho e isso acaba por refletir-se dentro do campo. Nunca tinha jogado sete encontros de singulares no mesmo torneio, mas estive sempre bem, motivado, concentrado e a querer mais. Tive o previlégio de ter comigo o fisioterapeuta do CAR para os últimos dias do torneio, mas nunca terminei um dia com muitas dificuldades. Estive sempre bem física e mentalmente e isso foi fundamental para conseguir manter o nível em todos os encontros”, acrescentou o jovem da Maia.
Sobre a final, na qual superou o italiano Federico Gaio (atual 381.º e ex-124.º) por categóricos 6-3 e 6-1, Rocha admitiu que apesar de ter entrado no encontro com o pé direito começou “muito nervoso”.
“Entrei muito nervoso, por isso foi muito importante começar a ganhar por 3-0. Foram os três jogos mais difíceis do encontro, não só pelo nervosismo, mas também pelo nível de ténis. Foram três jogos incríveis e acho que nenhum de nós ia conseguir manter aquele nível até ao final, mas depois ele, sendo mais experiente, cortou um bocadinho o ritmo e variou mais o jogo para eu perder um pouco a mão porqe naquele registo eu estava a ser superior. Acabei por conseguir controlar bem os nervos e depois foi importante começar bem o segundo set para disparar e ter margem até fechar o encontro”, observou.
E agora… continuar. Com um salto de cerca de 200 posições previsto para a próxima atualização do ranking, a 27 de fevereiro, Henrique Rocha vai alcançar o melhor ranking da carreira (por volta da 650.ª posição). E se, para já, diz não dar grande importância à classificação, tem os olhos postos nas próximas semanas, todas na região algarvia: por agora Faro, depois Loulé, Quinta do Lago e por fim Portimão.