A bielorrussa Aryna Sabalenka conquistou, este sábado, o primeiro título da carreira em torneios do Grand Slam ao derrotar a cazaque Elena Rybakina (campeã em título de Wimbledon) na final do Australian Open.
O quarto frente a frente da história entre ambas não só cumpriu a tradição dos anteriores, ao ser decidido numa terceira partida, como teve a proeza de superar as expetativas, que já eram elevadas, ao tornar-se no melhor encontro de toda a quinzena em Melbourne. O resultado foi um “fogo de artifício” constante, com um total de 82 winners a marcarem a conquista de Sabalenka pelos parciais de 4-6, 6-3 e 6-4.
Se 2022 foi um ano de seca (depois de quatro épocas consecutivas a erguer multíplos títulos em cada uma não conquistou nenhum) e marcado por flagrantes problemas na pancada de serviço (acabou com 428 duplas faltas), 2023 começou de forma totalmente diferente para a bielorrussa de 24 anos.
Revigorada, Sabalenka conquistou o WTA 500 de Adelaide e afastou de forma categórica todas as adversárias que enfrentou para chegar pela primeira vez à final de um torneio do Grand Slam. Com 10 vitórias em 10 encontros e 20 sets ganhos entre outros tantos disputados, a jogadora de Minsk estava em Melbourne com uma missão e nem a experiência de Rybakina em finais (embalada por um percurso em que afastou três campeãs consecutivas, desde Iga Swiatek a Jelena Ostapenko e Victoria Azarenka) a travou.
Com melhorias significativas esta época, desde logo no serviço, mas também na resposta (nunca deixou que o potente saque de Rybakina a intimidasse, por vezes respondendo demasiado dentro do court) e nas trocas de bolas mais longas, Sabalenka foi a melhor jogadora de uma final que se revelou um verdadeiro hino ao ténis.
A bielorrussa terminou o encontro com mais ases (17-9), mais winners 51-31) e mais pontos ganhos (110-103), ingredientes que lhe permitiram consumar a reviravolta depois de um primeiro set em que até recuperou do break de atraso, mas acusou a pressão quando não podia, e de ser confrontada com mais pontos de break logo no arranque da segunda partida.
Num dia em que o serviço de Rybakina não esteve tão apurado quanto nas ocasiões anteriores, e com a mudança de condições (o cair da noite, acompanhado de mais humidade) a causar ainda mais dificuldades à cazaque nesse capítulo, a bielorrussa aproveitou. Com a lição bem estudada, consciente dos momentos em que teria de atacar, mas também daqueles em que seria preciso tentar devolver mais uma bola, Sabalenka manteve a intensidade e, sobretudo, a compostura — surpreendente para quem estava pela primeira vez na final de um torneio do Grand Slam.
Esperava-se que a final deste sábado fosse “fogo de artifício” e assim foi. Mas não só a final: os números finais atestam a agressividade constante de Aryna Sabalenka, que concluiu a campanha de sete vitórias em Melbourne com um total impressionante de 247 winners, número que corresponde a 47% dos pontos que ganhou ao longo do torneio.