Djokovic prolonga pleno e chega à 10.ª final no Australian Open

Novak Djokovic não jogou o seu melhor, esteve nervoso e zangado, mas venceu como sempre no que diz respeito às últimas duas rondas do Australian Open e apurou-se pela 10.ª vez na carreira para a final do primeiro torneio do Grand Slam do calendário, estendendo um recorde que já era seu para colocar outro na mira.

Ao contrário do que aconteceu nas últimas duas rondas, frente a Alex de Minaur e Andrey Rublev, o tenista sérvio não esteve ao seu melhor, mas o que apresentou bastou: 7-5, 6-1 e 6-2 foram os parciais da vitória frente ao norte-americano Tommy Paul, que apesar de ter dado um ar da sua graça em determinados momentos, não teve a consistência — nem a frieza — necessária para quebrar o domínio do adversário.

A tarefa do estreante Paul na primeira meia-final da carreira em torneios do Grand Slam era hercúlea e tornou-se cada vez mais difícil de cumprir com o desenrolar do encontro: afinal, do outro lado estava Djokovic, detentor de um registo de 9-0 em meias-finais do Australian Open (e também 9-0 em finais).

E a missão do tenista de Nova Jérsia ainda se tornou mais difícil após perder o primeiro set, porque a partir daí Djokovic entrou num registo ainda mais impressionante: o de 25 vitórias nas 25 meias-finais anteriores em torneios do Grand Slam nas quais arrecadou a primeira partida. Missão impossível, começou a pensar-se.

E o rumo dos acontecimentos confirmou-o. Porque Paul deixou escapar uma recuperação totalmente inesperada de 1-5 para 5-5 no primeiro set, com dois breaks consecutivos muito auxiliados por erros incaracterísticos e um nervosismo demasiado evidente e surpreendente de Djokovic. E porque o sérvio, uma vez resgatado o parcial que pareceu estar a escapar-lhe entre os dedos, não perdoou: a partir daí, o chip do ex-número um mundial foi outro e o que se viu foi um encontro totalmente dependente do que ele conseguiu ou não produzir — e foi quase tudo bom, mesmo que a ritmos bem diferentes das muito convincentes vitórias sobre De Minaur e Rublev nos outros encontros desta semana.

Os 24 erros não forçados (contra apenas 12 winners) e 58% de primeiros serviços colocados durante a primeira partida foram postos para trás das costas num ápice (no segundo set já só cometeu seis erros não forçados) e Djokovic tirou proveito penalizou a incapacidade de Paul em prolongar as jogadas, como a insistência num plano de jogo assente na linha de fundo em detrimento da variação — com subidas à rede e alterações na trajetória da bola através do slice — que o norte-americano já demonstrou, em encontros anteriores, ser capaz de executar.

Longe de um estado de brilhantismo, 2h20 e três sets bastaram para Novak Djokovic repetir o que sempre tinha feito em meias-finais na Austrália: vencer, neste caso pela 27.ª vez consecutiva no Australian Open (um novo recorde).

E assim o tenista de Belgrado apurou-se para a 10.ª final em Melbourne e a 33.ª da carreira em torneios do Grand Slam. Já é um recorde no circuito masculino (Roger Federer jogou 31, Rafael Nadal contabiliza 30) e está a uma do registo máximo da norte-americana Chris Evert. Mas o número que mais lhe interessa é o que poderá alcançar no domingo: o recorde masculino de títulos em “Majors” atualmente detido pelo rival espanhol, que soma 22.

Para isso, terá de superar um jogador contra o qual venceu 10 dos 12 encontros, incluindo os últimos nove e uma final de um torneio do Grand Slam (em Roland-Garros 2021, depois de estar a perder por dois sets a zero): o grego Stefanos Tsitsipas, que assinou a primeira vitória do dia ao bater o russo Karen Khachanov em quatro partidas.

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