Andy Murray (66.º) foi levado ao extremo por Thanasi Kokkinakis (159.º) numa contenda que promete ficar para a história e só depois das quatro horas da madrugada de Melbourne é que conseguiu consumar a épica reviravolta de 4-6, 6-7 (4), 7-6 (5), 6-3 e 7-5, em quase seis horas de disputa. Mas a eventualidade de um merecido descanso nem passou pela cabeça do britânico de 35 anos, que oito horas após a verdadeira maratona foi visto em Melbourne Park.
Foi por volta das 16 horas de Portugal Continental que Murray assinou esta quinta-feira o segundo triunfo (ambos com duração próxima às cinco horas) da semana, mas o descanso improvisado quase que não aconteceu. O jogador de Glasgow foi ‘apanhado’ pelas live cams do torneio ainda antes da 1 hora da madrugada portuguesa desta sexta-feira – um intervalo de menos de oito horas, ainda mais reduzido com as declarações prestadas após o êxito e consequente recuperação física.
Stefanos Tsitsipas foi um dos que se cruzou com o protagonista da jornada passada e ficou boquiaberto com o célere regresso de Murray: “Vi-o antes do meu encontro e pensei ‘o que faz aqui? Deveria estar na cama!’. Começou a uma hora aceitável, às 22h, e será recordado para a história depois deste dia. Foi um momento mágico, mas doloroso para quem perde.”
Tendo sido a maior voz crítica à programação que conduziu o seu compromisso às altas horas da madrugada, Murray pouco descansou e por volta das 7 horas da manhã de Lisboa regressou ao palco onde 14 horas antes rubricava a segunda vitória mais longa da história do Australian Open. O por cinco vezes finalista do torneio contou com um acompanhamento bem próximo de Ivan Lendl, no treino de preparação para o duelo que se segue com Roberto Bautista-Agut (25.º).
